O prazo de Ciro Gomes para voltar à cena
Ex-presidenciável vai dar um tempo para o governo Lula mostrar a que veio, mas logo depois quer dar as caras e ser um “player”
atualizado
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Depois de perder a disputa presidencial deste ano, Ciro Gomes saiu de cena. Comedido no apoio a Lula no segundo turno, o ex-candidato do PDT parabenizou o petista pela vitória, mas manteve a opção pelo silêncio.
Agora, Ciro tem dito a interlocutores que sua discrição tem prazo de validade. A intenção é ficar quieto nos primeiros 100 dias do novo governo e, depois, dar as caras novamente na cena política — por enquanto, ele afirma que ainda vai estudar qual postura adotará.
Apesar de ter sinalizado durante a campanha que não pretende concorrer novamente, discurso que no dia da eleição contou com uma sutil ressalva (“essas coisas sempre podem mudar”), Ciro indica aos correligionários que quer voltar a fazer política. Há, inclusive, quem aposte que ele tentará ser um antagonista de Lula para, assim, se credenciar para 2026.
No PDT, aliados garantem que o ex-presidenciável tem apoio interno para retornar ao jogo.
Crise em família
Para além do próprio resultado nas eleições deste ano, políticos próximos de Ciro dizem que ele ainda está traumatizado com a crise que teve com os irmãos durante a campanha no Ceará. A família, como se sabe, rachou. Cid Gomes e Ivo Gomes não apoiaram o candidato de Ciro ao governo local, o pedetista Roberto Cláudio. Preferiram fechar com o candidato do PT, Elmano de Freitas, que saiu vitorioso.
O desarranjo no clã foi visto por Ciro como decisivo para uma derrota pessoal marcante neste ano: de todas as disputas presidenciais de que participou, esta foi a primeira vez em que ele perdeu em seu estado-natal, o que, segundo aliados, o deixou profundamente entristecido.