O líder do PT e a arte de enriquecer os amigos
Na China, Zeca Dirceu circulou entre empresários brasileiros e disse no que pode ser útil: “ajudar a ganhar dinheiro”
atualizado
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Pequim — Na ausência de Lula, o deputado federal Zeca Dirceu circulou desenvolto entre os empresários brasileiros que baixaram na China na semana passada para participar da série de eventos organizada em torno da visita do presidente, cancelada de última hora por recomendação médica.
Em um dos programas da comitiva na capital chinesa, precisamente uma visita a um supermercado high-tech do grupo Alibaba, o líder do PT na Câmara olhava uma gôndola com cafés produzidos no Brasil quando foi abordado por um pequeno grupo de empresários.
Um deles, aparentemente sem saber de quem se tratava, perguntou ao deputado: “O senhor é cafeicultor?”. Mais do que depressa, Zeca Dirceu deu uma resposta curta e curiosa: “Não. Meu negócio é a política, mas ajudo empresários amigos a ganhar dinheiro”.
Não demorou muito para que o teor do diálogo se espalhasse entre os participantes da comitiva, à boca miúda, com alguma dose de veneno — afinal, político ajudando empresário a ganhar dinheiro é um enredo que, no Brasil, costuma virar caso de polícia.
O raciocínio contido na resposta ao empresário foi, de certa forma, repetido pelo filho de José Dirceu na sequência, em uma conversa com a coluna.
Indagado se havia se reunido em Pequim com os irmãos Joesley e Wesley Batista, os donos da gigante JBS, o líder do PT saiu-se com esta: “Só cruzei com eles no hotel. Não fiz reunião, não. Eles já são grandes. Não precisam da gente para ganhar dinheiro”.
O deputado não escondia de ninguém que estava ali disposto a fazer novas (e valiosas) parcerias de sucesso.