No auge da crise, embaixada do Brasil em Israel terá status rebaixado
Com a decisão de Lula de chamar embaixador de volta, posto ficará por prazo indeterminado sob o comando de um encarregado de negócios
atualizado
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Não há qualquer sinal de que a crise diplomática com Israel vá arrefecer no curto prazo.
A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar de volta o embaixador em Tel Aviv, Frederico Duque Estrada Meyer (foto), deixará a representação brasileira na capital israelense sob o comando de um encarregado de negócios.
Não há, ainda, qualquer previsão para que Meyer retorne ao posto. Segundo fontes diplomáticas, ele deverá deixar Israel nesta terça-feira rumo ao Brasil.
A tendência é que, primeiro, o embaixador siga para o Rio de Janeiro para uma conversa com o chanceler Mauro Vieira, que estará na cidade nesta semana para o encontro de ministros de relações exteriores dos países do G20.
Em seguida, Vieira e Meyer deverão viajar a Brasília para uma audiência com o presidente.
Enquanto isso, a embaixada em Tel Aviv ficará a cargo do ministro-conselheiro Fábio Moreira Farias, na posição de encarregado de negócios.
Existe a possibilidade, inclusive, de a situação permanecer assim por um longo período.
Nas mãos do encarregado
Na diplomacia, uma embaixada sem embaixador — sob o comando, portanto, de um diplomata de posição hierárquica inferior na função de encarregado de negócios — é um dos sintomas mais emblemáticos da deterioração das relações entre países.
Fontes do governo ouvidas pela coluna afirmam que é assim que ficará o posto em Israel, ao menos por enquanto.
É mais uma indicação de que não há no horizonte uma solução para a crise deflagrada pelas declarações de Lula, que comparou a morte de palestinos em Gaza ao Holocausto e, por isso, foi declarado “persona non grata” pelo governo israelense.