Ministro da Defesa se livra de acusação de delator da Lava Jato
José Múcio Monteiro havia sido acusado de pedir R$ 3 milhões à empreiteira OAS. A PF e o MPF opinaram pelo arquivamento do caso
atualizado
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O ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio Monteiro (foto), acaba de se livrar de uma pesada acusação feita por Léo Pinheiro, o ex-todo-poderoso presidente da empreiteira OAS que virou delator da Operação Lava Jato.
Léo Pinheiro havia dito que que José Múcio pediu, por meio de intermediários, R$ 3 milhões à companhia – R$ 1 milhão para ele próprio, por intermédio de uma produtora de vídeo, e outros R$ 2 milhões para a campanha eleitoral do ex-senador Armando Monteiro ao governo de Pernambuco, em 2014.
Segundo o empreiteiro, os dois pedidos foram feitos — e atendidos — quando José Múcio era ministro do TCU, o Tribunal de Contas da União. Em troca, disse, ele agiria em favor dos interesses da OAS na Corte.
Acionada, a Polícia Federal concluiu que as acusações do delator são condizentes com a realidade, com algumas divergências, mas opinou pelo encerramento do caso porque a investigação não conseguiu reunir elementos capazes de demonstrar a materialidade dos supostos crimes.
O Ministério Público Federal concordou com a opinião da PF e, na semana passada, enviou um expediente à Justiça Federal em Brasília propondo o arquivamento do caso, sob o argumento de que, como os fatos são relativamente antigos, ficou difícil abrir novas linhas de apuração.
Amigo pessoal de Lula, José Múcio deixou o TCU em 2020. Hoje, tem o Exército, a Marinha e a Aeronáutica sob o guarda-chuva do ministério que comanda.
Delator do tríplex
Ironicamente, o mesmo Léo Pinheiro foi responsável por uma parte significativa das acusações que levaram Lula, atual chefe de Múcio, a ser condenado pela Lava Jato — no auge da operação, ele afirmou que a reforma do famoso tríplex do Guarujá, feita pela OAS, foi uma forma de subornar o petista.
No caso de Lula, como se sabe, as sentenças baseadas nas acusações de Léo Pinheiro e de outros delatores foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.