A publicitária Klio Hirano, presa nesta quarta-feira em uma operação policial para cumprir mandados de prisão contra radicais bolsonaristas, fez um tour pela Câmara dos Deputados em novembro e foi recebida de maneira cortês por três deputados da base aliada do Palácio do Planalto.

A bolsonarista esteve com Sargento Fahur (PSD-PR), Major Vitor Hugo (PL-GO) e General Girão (PL-RN). Junto com ela havia representantes de caminhoneiros e indígenas, entre eles o pastor evangélico e líder xavante José Acácio Serere, conhecido como Cacique Tserere, cuja prisão no último dia 12 provocou um quebra-quebra na região central de Brasília.

Duas das reuniões foram transmitidas ao vivo por Hirano em seus perfis nas redes. Ao anunciar um dos encontros a seus seguidores, Hirano diz: “Mais tarde a gente volta com novidades pois aqui estaremos articulando coisas boas para o nosso povo brasileiro”.

Nas reuniões, o cacique era uma espécie de porta-voz da turma. No gabinete de Sargento Fahur (na foto em destaque, ao lado de Hirano), Tserere disse que o grupo estava ali para exigir a prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Se for preciso a gente tira ele no pescoço, no braço, como der, porque ele rasgou a lei.”

Ao final, o deputado prometeu fazer o possível para que prevalecesse o que ele chamou de “vontade do povo”. “Nem que isso custe minha própria vida. Eu não tenho medo”, disse.

A bolsonarista presa nesta quinta frequentava o acampamento de apoiadores de Bolsonaaro na frente do quartel-general do Exército e é acusada de participar da baderna que resultou em carros e ônibus queimados e prédios depredados no dia 12.

Em 2020, Klio Hirano se candidatou pelo PRTB à prefeitura de Tupã, no interior de São Paulo, mas não se elegeu. Nas redes, ela exibia fotos com o presidente Jair Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli.