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Heleno após chamar políticos do Centrão de ladrões: “Hoje, muitos são meus amigos”

Em 2018, antes de Jair Bolsonaro se render a partidos como PP e PL, o ministro cantou “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Augusto Heleno
1 de 1 Augusto Heleno - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As críticas de Jair Bolsonaro e de seu entorno aos políticos do Centrão eram frequentes na campanha de 2018, ainda que o então candidato à Presidência da República já tivesse integrado o grupo – por muitos anos, ele foi filiado ao notório PP, partido que esteve no epicentro de escândalos como o mensalão e o petrolão.

Um episódio marcante da ofensiva bolsonarista ao Centrão na corrida presidencial de quatro anos atrás envolveu o general Augusto Heleno Ribeiro, um dos principais auxiliares de Jair Bolsonaro na campanha que, depois, se tornaria ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Em julho de 2018, durante uma convenção do PSL, partido ao qual Bolsonaro se filiou para disputar a eleição, Heleno parodiou um conhecido samba. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, cantou o general, para risadas gerais do público. A gravação da cantoria viralizou na internet.

De lá para cá, muita coisa mudou. Para garantir sustentação no Congresso, e evitar um processo de impeachment, Bolsonaro se rendeu novamente ao Centrão. Não apenas passou a integrar uma das principais legendas do grupo, o PL de Valdemar da Costa Neto, como distribuiu aos novos aliados do governo cargos importantes, com orçamentos polpudos e poder. Um dos próceres do Centrão, Ciro Nogueira, virou ministro da Casa Civil. Arthur Lira, presidente da Câmara, tornou-se um dos principais aliados do Planalto.

Na mesma toada, o discurso de Heleno foi ajustado. Agora, o general tira por menos a paródia de 2018 e afirma que tudo não passou de uma “sensação” de momento e que, agora, muitos dos integrantes do Centrão são seus amigos. “Eu conhecia muita pouca gente do Centrão, e aquela era a sensação que eu tinha. Hoje, muitos deles são meus amigos. Praticamente todos”, declarou o general à coluna.

Para Heleno, a aproximação de Bolsonaro e do governo com o Centrão é parte de uma “evolução política” necessária. “É uma evolução política que é necessária. Houve uma modificação grande do Centrão e é entendível que ele (Bolsonaro) fique com um grupo que aprova (projetos) com ele, que vota com ele, que apoia ele bastante nos projetos”, prosseguiu.

O general que um dia chamou os políticos do Centrão de “ladrões” agora diz, sem ressalvas, que o grupo é importante para o Brasil: “É um grupo que trabalha para o Brasil também, que tem as suas convicções. E é importante para o presidente politicamente”.

Sobre a música que cantou em 2018, Heleno desconversa. Ele atribui a paródia ao calor da campanha àquela altura. “Na campanha a gente fala muita coisa, no calor de críticas e elogios”.

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