Filho de Mourão é denunciado por trabalhar “totalmente alcoolizado”
Denúncia foi feita à Ouvidoria do Banco do Brasil, que respondeu dizendo ter tomado providências
atualizado
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Nomeado ainda no governo Jair Bolsonaro para uma gerência-executiva do Banco do Brasil e, pelo menos até agora, mantido no posto pelo governo Lula, o filho do ex-vice-presidente da República e atual senador Hamilton Mourão teve de lidar com uma dor de cabeça, digamos, diferente no início deste ano.
Antonio Hamilton Rossell Mourão foi denunciado por um colega de trabalho por supostamente dar expediente sob efeito de bebidas alcoólicas. A queixa, feita à Ouvidoria do banco em janeiro, diz que ele e outros dois chefes do setor com frequência chegavam para trabalhar no período do tarde “totalmente alcoolizados”.
Isso, diz ainda a denúncia, estaria causando constrangimento aos demais funcionários, que no governo Bolsonaro não tinham coragem de relatar os episódios às instâncias superiores do banco por medo de represálias por envolver o filho do então vice-presidente.
A denúncia foi respondida semanas depois pela Ouvidoria, que confirmou o recebimento e informou que os funcionários citados, incluindo Antonio Mourão, foram procurados por superiores para serem informados da existência da denúncia, ouvidos a respeito e informados sobre os “comportamentos esperados” pelo banco. A coluna apurou que, depois, os episódios não voltaram a ocorrer.
Antonio Hamilton Mourão foi procurado pela coluna, mas preferiu não se pronunciar.
Em nota, o Banco do Brasil evitou entrar em detalhes. Limitou-se a dizer que abre processos internos a partir de provas que justifiquem a medida e que não fornece informações sobre o tratamento que dá às denúncias para resguardar a imagem dos funcionários envolvidos.
A ascensão
O filho do ex-vice-presidente não é propriamente uma figura benquista no banco, principalmente depois de ascender internamente durante o governo passado.
Funcionário de carreira, em janeiro de 2019 ele foi promovido a assessor especial da presidência do BB, com salário de quase R$ 40 mil.
Naquele mesmo ano, passou ao posto de gerente-executivo de Marketing e Comunicação. Depois, foi transferido para a diretoria de Agronegócio, ainda como gerente-executivo, cargo que ocupa até hoje.