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Favorito para suceder Aras viu crime de Gleisi em caso da Lava Jato

Paulo Gonet defendeu, no STF, acusação contra a presidente do PT que, anos depois, acabou arquivada

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Iusef Soares/IDP
Em foto colorida, o subprocurador-geral da República Paulo Gonet, tido como favorito para o cargo de procurador-geral
1 de 1 Em foto colorida, o subprocurador-geral da República Paulo Gonet, tido como favorito para o cargo de procurador-geral - Foto: Iusef Soares/IDP

Apontado como o nome mais forte na corrida pela sucessão de Augusto Aras, o subprocurador-geral da República Gustavo Gonet já contrariou frontalmente os interesses de gente graúda da cúpula do PT.

Em 2016, pouco antes de a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal se debruçar sobre uma denúncia da PGR que apontava o recebimento de R$ 1 milhão em propina pela deputada Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, e pelo então marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, Gonet defendeu o teor da acusação e sustentou que os dois tinham “plena ciência” da “origem espúria” da bolada.

“Plena ciência do esquema”

“A denúncia é rica em pormenores do que o procurador-geral da República imputa aos denunciados. Ela está confortada em elementos de convicção suficientes para que a denúncia seja recebida”, afirmou Paulo Gonet na ocasião, ao sair em defesa da peça de acusação que havia sido apresentada ao STF a partir de investigações da Lava Jato.

À época, a Procuradoria estava sob o comando de Rodrigo Janot, um dos procuradores-gerais mais alinhados à operação. “Os denunciados (Gleisi e Paulo Bernardo) tinham plena ciência do esquema criminoso e da origem espúria dos recursos que receberam”, emendou Gonet.

Quadrilhão

A denúncia contra o que foi batizado de “quadrilhão do PT” sustentava que uma organização criminosa formada por integrantes do partido agiu entre os anos de 2002 e 2016 para cobrar propina de empresas com interesses na Petrobras, no BNDES e no Ministério do Planejamento.

A acusação inicial também incluía entre os alvos o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e os dirigentes petistas Edinho Silva e João Vaccari. A parte relativa a esse grupo foi remetida para a primeira instância da Justiça Federal, que absolveu todos.

Ficou no Supremo apenas a acusação contra Gleisi e Paulo Bernardo. A PGR cravava que o ex-casal havia recebido R$ 1 milhão do caixa administrado pelo doleiro Alberto Youssef para usar seu poder no governo e garantir que o petrolão, o esquema de corrupção montado na Petrobras nos anos em que o PT esteve no governo, seguisse funcionando.

Denúncia acabou rejeitada

O caso tramitou no STF até este ano. Em março, já sob o comando de Augusto Aras, a PGR voltou atrás e defendeu a rejeição da denúncia, sob o argumento de que faltavam elementos para a abertura de processo contra Gleisi e Paulo Bernardo. Três meses depois, o plenário virtual da Corte formou maioria para rejeitar a acusação.

À época da primeira análise da peça de acusação pelo Supremo, Paulo Gonet tinha por atribuição representar a PGR na Segunda Turma.

Malvisto pelo PT, mas favorito

Embora sofra resistência de setores do PT, que o consideram conservador, o subprocurador é apontado como um dos favoritos para a sucessão de Augusto Aras, que deixa o posto de procurador-geral nesta terça-feira. A escolha está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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