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Escândalo de assédio pode levar a ressalva no balanço da Caixa

Auditoria externa fará pente-fino em investigação independente encomendada pelo banco

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
sede do banco da Caixa Economica Federal em Brasília DF
1 de 1 sede do banco da Caixa Economica Federal em Brasília DF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O escândalo de assédio sexual e moral na Caixa Econômica Federal, revelado pela coluna em junho, pode ter mais uma consequência nada agradável para o banco.

Fontes bem situadas internamente dizem, sob reserva, que a gigante global KPMG, responsável por fazer a auditoria externa da instituição, pode determinar que seja incluída uma ressalva no balanço relativo a este ano de 2022.

A ressalva, dizem essas fontes, seria motivada por suspeitas de que, sob o comando do então presidente Pedro Guimarães, dirigentes teriam aprovado operações sem a devida análise das áreas técnicas.

As evidências de que ele assediava moralmente seus subordinados contribuem para a desconfiança dos auditores.

Ressalvas em balanços representam um problema para instituições financeiras porque indicam a existência de possíveis irregularidades na gestão.

Pente-fino na apuração interna

A atual cúpula da Caixa já recebeu a sinalização de que a KPMG pretende revisar cuidadosamente as apurações internas realizadas pelo banco a partir das denúncias envolvendo Guimarães.

O pente-fino deverá se concentrar, especialmente, no trabalho de um escritório de advocacia privado contratado para fazer uma investigação independente sobre os casos de assédio.

A tendência, segundo essas mesmas fontes, é que a auditoria externa faça uma espécie de rechecagem da apuração e peça mais informações sobre pontos que, no entendimento de seus analistas, carecem de aprofundamento.

A ideia é impedir que a atual administração do banco, que contratou a investigação externa, atue para minimizar os problemas do passado recente.

Ironia suprema

Caso se confirme a previsão de que o próximo balanço virá com uma anotação negativa, e justamente em razão da gestão de Guimarães, será uma enorme ironia.

Quando estava no cargo, o banqueiro se gabava de ter conseguido retirar ressalvas que haviam sido feitas em razão de irregularidades da era petista, como as que foram descobertas pela Lava Jato e levaram à prisão, por exemplo, de Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente do banco.

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