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Empresa de filho de Arthur Lira funciona em sala de lobista

Maia Bezerra, que já comandou entidade de lobby, nega proximidade com presidente da Câmara e diz que não sabia quem são os inquilinos

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Maria Luiza Cavalcante e Arthur Lira Filho, sócios da Omnia360º. Arthur é filho do presidente da Câmara, Arthur Lira
1 de 1 Maria Luiza Cavalcante e Arthur Lira Filho, sócios da Omnia360º. Arthur é filho do presidente da Câmara, Arthur Lira - Foto: Reprodução/Redes sociais

A empresa de intermediação de contratos de publicidade do filho do presidente da Câmara, Arthur Lira, funciona em uma sala comercial na região central de Brasília cujo dono é um destacado lobista com atuação na capital federal.

Como a coluna revelou na semana passada, apenas três firmas representadas pela Omnia360º receberam nada menos que R$ 34 milhões em verbas do governo federal nos dois últimos anos do governo de Jair Bolsonaro, do qual Lira era aliado de primeira hora.

A Omnia foi criada em 2021. Arthur Lira Filho, de 23 anos, tem como sócia na empresa Maria Luiza Cavalcante, 25 (na foto em destaque, os dois posam na sede da empresa).

Malu Cavalcante, como é conhecida, é filha de Luciano Cavalcante, faz-tudo de Arthur Lira que é alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre desvios de recursos do FNDE, o bilionário fundo do Ministério da Educação que no governo passado esteve nas mãos de apadrinhados do PP, partido do presidente da Câmara.

Ex-presidente de associação de lobistas

A Omnia360º funciona em uma sala de pouco mais de 27 metros quadrados localizada em um prédio comercial no Setor Hoteleiro Norte cujos proprietários, de acordo com os registros de cartório, são Luiz Henrique Maia Bezerra e a mulher dele, Fernanda Gonçalves Bezerra.

Luiz Henrique Maia Bezerra é um lobista com conhecida trajetória em Brasília. Nos últimos anos, ele tem defendido os interesses da indústria automobilística junto ao Congresso Nacional e ao governo, como vice-presidente da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Antes, esteve ligado à CNI, a Confederação Nacional da Indústria, e à Fiesp, a Federação das Indústrias de São Paulo. Na Operação Castelo de Areia, na qual a PF mirou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a políticos, seu nome chegou a aparecer nas investigações como intermediário de doações eleitorais supostamente ilegais.

Maia Bezerra é filho de Valmir Campelo, que até 2014 foi ministro do TCU, o Tribunal de Contas da União. Em 2020, ele chegou a ser presidente da Abrig, a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais, entidade que representa o mercado do lobby.

“Eu nem sabia quem era”

Procurado, o lobista negou ter proximidade com Arthur Lira e com seus familiares. Ele afirmou que a sala está alugada e que não tinha conhecimento de que o inquilino é a empresa do filho do presidente da Câmara. Advogado de formação, o próprio Maia Bezerra tem escritório no mesmo prédio.

A fachada do edificio Le Quartier, onde funciona a empresa do filho de Arthur Lira: escritório do lobista também funciona lá
A fachada do prédio onde está a empresa: escritório do lobista também funciona lá

O lobista diz que a sala da qual é proprietário junto com sua mulher foi alugada em 2020 para Malu Cavalcante, a sócia de Arthurzinho Lira, e que no ano passado ela transferiu o contrato para o nome da Omnia360º. Segundo Maia Bezerra, a empresa paga mensalmente pouco mais R$ 1.300 pelo aluguel.

(É uma) salinha pequena, que normalmente é aquela sala padrão que seria, vamos supor assim, um consultório, que você faz um gabinetezinho, uma recepção com a secretária e o banheiro. Normalmente é isso. E está alugada para ela (Malu) desde outubro de 2020. Eu nem sabia quem era essa pessoa”, afirma.

À coluna, Malu Cavalcante disse que a sala foi alugada por meio de uma imobiliária e que não sabe quem são os proprietários.

Sob investigação

A relação de Arthur Lira, pai de Arthur Filho, com Luciano Cavalcante, pai de Malu, ganhou os holofotes após a deflagração, no início deste mês, da operação da PF que tenta avançar sobre os desvios de verbas do MEC. Cavalcante foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão. Ao longo da apuração, os investigadores descobriram que endereços dele foram visitados por entregadores de dinheiro vivo que serviam ao esquema. Os advogados de Luciano Cavalcante negam que ele esteja envolvido em irregularidades.

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