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Como os grupos de apoiadores reagiram ao pronunciamento de Bolsonaro

Militantes, especialmente os mais radicais, entenderam que o presidente não reconheceu a derrota e tratou os protestos como legítimos

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Nos grupos de WhatsApp e de Telegram nos quais estão sendo organizadas manifestações contra o resultado das eleições, a reação dos apoiadores de Jair Bolsonaro foi de festa após o rápido pronunciamento do presidente, no fim da tarde desta terça-feira.

Na interpretação de muitos dos bolsonaristas, Bolsonaro não reconheceu a derrota e tratou os protestos como legítimos.

“Basicamente, agradeceu aos que votaram nele e disse que as manifestações são legítimas, mas não podem prejudicar a população! Ou seja, ele deu a dica de como devem ser feitas as manifestações! Em relação aos caminhoneiros, podem parar, mas sem bloqueio de estradas!”, escreveu um militante em um grupo de WhatsApp denominado “Paralização RJ #1” (sim, a palavra paralisação está escrita assim mesmo, de forma errada, com “z”), com 250 participantes.

Também é comum nos grupos a interpretação de que, ao não reconhecer a derrota, o presidente acredita que houve fraude no processo eleitoral — embora, vale dizer, não haja qualquer evidência de irregulariade.

“Boa tarde, meus amigos. O curto pronunciamento do presidente deixou uma mensagem bem clara, principalmente sem reconhecer o resultado das eleições. Vamos pra cima amanhã. Com certeza tem mais 60 dias de governo. Bomba vem por ai”, disse outro bolsonarista, desta vez em grupo no Telegram que, mais cedo, foi batizado de “Resistência Macaé” e, depois, provavalmente para não chamar muita atenção mudou de nome para apenas “Macaé”.

Apelos por golpe

Desde a madrugada de segunda-feira, após a proclamação do resultado das eleições, grupos bolsonaristas novos e antigos ficaram repletos de mensagens de teor golpista.

Pouco antes do pronunciamento de Bolsonaro nesta tarde, era grande a expectativa nesses grupos em relação ao que ele diria.

Muitos apoiadores repetiam que, independentemente do que dissesse, o presidente desejava a continuidade das manifestações, como os bloqueios de estradas iniciados nesta segunda.

“Independente do que o presidente fale, nós não podemos desocupar as rodovias. O presidente não pode apoiar o movimento, mas o movimento é do povo”, escreveu um radical, em caixa alta.

“Intervenção federal: Os militares, a pedido do povo, tomam as ruas. O Congresso e o Supremo Tribunal são desfeitos. O presidente permanece no Poder sem uma nova eleição”, diz mais uma das mensagens.

Manifestações em frente a quartéis

Nesses mesmos grupos, apoiadores do candidato derrotado estão marcando para esta quarta-feira manifestações em frente a quartéis do Exército em diferentes cidades do país.

“Parem de ficar assistindo coisa na televisão e vai (sic) pra rua, com os caminhoneiros ou no principal batalhão da sua cidade. A mídia vai querer colocar medo, é óbvio”, disse em áudio uma militante que está organizado um ato no Rio de Janeiro.

Nas mensagens, os bolsonaristas listam os endereços dos quartéis em cada cidade onde eles pretendem se concentrar nesta quarta.

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