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Como o oficial que desmaiou em operação aparece na investigação da PF

Junto com Mauro Cid, oficial é investigado por integrar núcleo que, segundo a PF, espalhava fake news e tramava contra o processo eleitoral

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Divulgação/Exército
Passagem de comando para oficial do Exército que desmaiou durante operação da Polícia Federal contra plano de golpe de Estado
1 de 1 Passagem de comando para oficial do Exército que desmaiou durante operação da Polícia Federal contra plano de golpe de Estado - Foto: Divulgação/Exército

O tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida, que desmaiou na manhã de hoje quando policiais federais bateram à sua porta para cumprir um dos mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, aparece nas investigações como integrante do núcleo bolsonarista encarregado de espalhar fake news e atacar o sistema eleitoral brasileiro.

O nome de Marques Almeida figura ao lado de personagens já conhecidos, como Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.

Segundo a PF, esse núcleo específico era responsável pela “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado”.

O mesmo grupo, diz a PF, se encarregou de fazer “estudos” sobre a suposta falta de lisura nas eleições presidenciais de 2022 e sobre supostos registros de votos após o horário de fechamento das seções eleitorais e inconsistências no código-fonte das urnas.

Conversas com Mauro Cid

Ainda de acordo com a investigação, o tenente-coronel mantinha conversas por mensagens com Mauro Cid sobre as estratégias para questionar o processo eleitoral.

Nas mensagens trocadas entre eles havia, por exemplo, o conteúdo de uma live largamente disseminada pelos bolsonaristas para espalhar a versão de que as eleições estavam sob investigação.

“Acabou para o Lula”, escreveu militar

Também falando com Cid por WhatsApp, o tenente-coronel, à época lotado no Comando de Operações Terrestres do Exército, afirma que a fraude nas eleições estaria comprovada e escreve: “Acabou para o Lula”.

Além disso, o oficial se colocou à disposição para passar adiante o material com as fake news. Depois, comemorou a criação de um site em Portugal para hospedar as informações, que haviam sido retiradas do ar aqui no Brasil. “Nosso time é bom demais”, comemora.

Ironia do destino: oficial comanda Batalhão de Operações Psicológicas

O tenente-coronel assumiu em 19 de janeiro deste ano o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia (na foto em destaque, a cerimônia de passagem de comando). A unidade é vinculada ao Comando de Operações Especiais da Corporação, que reúne tropas de elite do Exército e era tido como um braço essencial no roteiro do golpe maquinado pelos bolsonaristas radicais.

Desmaio e afastamento do posto

Como a coluna informou mais cedo, Marques Almeida passou mal quando os policiais federais bateram à sua porta. Ele precisou receber ajuda, mas logo em seguida se recuperou e até colaborou a equipe que fazia a operação de busca em seu endereço.

Assim como outros militares alvos da operação, por ordem de Alexandre de Moraes o tenente-coronel está proibido de manter contato com outros investigados e de deixar o país, teve de entregar seu passaporte e está suspenso de sua função pública.

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