Candidatos ao Senado: fortuna de suplentes é três vezes maior que a dos cabeças de chapa
Bens e valores declarados pelos primeiros suplentes inscritos para as eleições deste domingo somam R$ 1,5 bilhão
atualizado
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Os primeiros suplentes das chapas que concorrem ao Senado nestas eleições têm patrimônio declarado três vezes superior ao dos candidatos principais.
No total, os cabeças de chapa declaram bens e valores que somam R$ 489,4 milhões, enquanto seus suplentes imediatos possuem, juntos, patrimônio de R$ 1,5 bilhão. Os candidatos inscritos como segundos suplentes declaram uma fortuna ainda maior: R$ 1,9 bilhão.
Os números ilustram uma prática antiga na política brasileira: políticos que concorrem ao Senado costumam escolher para suas suplências aliados endinheirados que, não raro, financiam suas campanhas.
Como contrapartida, os suplentes, quase sempre desconhecidos da maioria dos eleitores, ganham a chance de virar senadores em caso de afastamento dos titulares das vagas.
Em um prática relativamente comum, os cabeças de chapa se licenciam e abrem mão de uma parte do mandato para que seus substitutos assumam a cadeira e desfrutem do poder do mandato de oito anos, ao menos por curtos períodos.
Lista tem milionários e bilionário
Entre os concorrentes ao Senado cujos nomes estarão nas urnas neste domingo, o dono da maior fortuna declarada é Jaime Bagattoli, do PL de Rondônia. Ele informou à Justiça Eleitoral ter R$ 55,7 milhões em bens.
Em segundo lugar aparece Wilder Morais, do PL de Goiás, que disse ser dono de um patrimônio de R$ 41,5 milhões — no passado recente, Morais foi suplente e assumiu o mandato de Demóstenes Torres, que foi cassado.
Já entre os primeiros suplentes, o mais rico é o empresário paulista Luiz Osvaldo Pastore, que declarou possuir R$ 453,6 milhões.
O suplente-nômade
Pode-se dizer que Pastore é um suplente profissional. No passado, mesmo tendo seus negócios concentrados em São Paulo, ele integrou a chapa do senador Gerson Camata, do Espírito Santo. Nesta legislatura, é suplente da também capixaba Rose de Freitas. Atualmente, ele está no exercício do mandato de senador porque a titular se licenciou — ela concorre à reeleição.
Nômade, nesta eleição Pastore tenta se credenciar novamente para mais uma possível temporada no Senado, só que agora no Distrito Federal, como primeiro suplente de Flávia Arruda.
Depois do empresário paulista, na lista dos primeiros-suplentes mais endinheirados que concorrem neste ano vem Jalles Fontoura, do PSDB, integrante da chapa do também tucano Marconi Perillo. Fontoura declara patrimônio de R$ 146,5 milhões.
Na chapa de Perillo, por sinal, o que não falta é gente endinheirada. O segundo suplente do político goiano é simplesmente o único bilionário declarado que participa destas eleições: o industrial paulista Marcos Ermírio de Moraes, herdeiro do Grupo Votorantim. O patrimônio informado por Marcos Ermírio à Justiça Eleitoral é de R$ 1,26 bilhão.
Neste domingo, estarão em disputa 27 das 81 cadeiras do Senado.