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Angu de caroço: por que caiu o número 2 do Ministério das Cidades

Operação de bastidores busca colocar panos quentes na confusão, que envolve liberação de emendas para parlamentares ligados ao governo

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Em foto colorida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro das Cidades, Jader Filho
1 de 1 Em foto colorida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro das Cidades, Jader Filho - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Há um angu de caroço na demissão do número 2 do Ministério das Cidades, o ex-deputado Hildo Rocha.

A saída de Rocha se deu nesta sexta-feira. Também caíram, de uma só tacada, seus principais assessores.

Mais cedo, à coluna de Guilherme Amado, o ex-deputado disse que ficou sabendo da demissão pelo Diário Oficial e evitou maiores explicações.

No governo, desde as primeiras horas da manhã, há um esforço para colocar panos quentes no assunto porque, por trás da decisão, há uma confusão nada republicana.

Guerra por emendas

Indicado pelo MDB e ligado ao clã Sarney, Hildo Rocha foi demitido em razão de uma guerra interna que vinha sendo travada dentro do ministério pela repartição do dinheiro destinado ao  pagamento de emendas parlamentares. Outro ponto de discórdia envolve o “Minha Casa, Minha Vida”, programa que é uma das vitrines do governo Lula.

O agora ex-secretário estava em rota de colisão com seu chefe, o ministro Jader Filho (foto em destaque), um dos herdeiros do notório cacique emedebista Jader Barbalho.

Hildo Rocha_deputado
O veterano Hildo Rocha, com dois mandatos de deputado federal no currículo, ficou irado com a demissão

Às vésperas de ser demitido, inclusive, Rocha teve uma discussão áspera com o ministro. A pessoas próximas, ele disse que vinha sendo pressionado a liberar emendas e tomar decisões relacionadas ao “Minha Casa, Minha Vida” em desacordo com as regras. Entre os incomodados, para além do próprio Jader Filho, estaria gente importante do PT.

Operação-abafa

Para evitar que a crise se aprofunde, está em curso uma operação para tornar menos dolorida a demissão do ex-deputado, que por enquanto segue evitando falar mais a respeito, ao menos em público.

Para que ele continue em silêncio, nas próximas horas o Diário Oficial trará uma correção na exoneração: um novo ato será publicado dizendo que a demissão se deu a pedido do próprio Hildo Rocha.

Já circula, nos bastidores, até uma versão de um pedido de demissão que teria sido apresentado por ele.

É uma tentativa negociada de corrigir a vergonha a que ele foi submetido com a demissão repentina, o que naturalmente gera desgaste político. Ao mesmo tempo, a operação busca conter a ira de Rocha.

A coluna tentou falou com Jader Filho e com Hildo Rocha sobre a confusão, mas até o momento nenhum dos dois respondeu às tentativas de contato.

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