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A companhia enrolada de Lula na Argentina

Deputado investigado por ganhar apartamento de lobista acompanhou o presidente em Buenos Aires

atualizado

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Lula e o deputado Marco Maia em Buenos Aires
1 de 1 Lula e o deputado Marco Maia em Buenos Aires - Foto: Reprodução

Na visita que fez à Argentina nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a companhia de um petista notório que, na Operação Lava Jato, foi acusado de ganhar de um lobista um apartamento de luxo em Miami.

Ex-presidente da Câmara, o deputado federal gaúcho Marco Maia viajou às expensas da Câmara para Buenos Aires e, por lá, se integrou ao grupo que acompanhava o presidente. Até se hospedou no mesmo hotel de Lula.

À coluna, o gabinete de Maia informou que ele participou da viagem como integrante da comitiva presidencial e o deputado, em seguida, disse que foi convidado pelo próprio Lula.

“Foi uma deferência feita pelo presidente Lula a mim em função de eu ter sido presidente da Câmara dos Deputados e ter reassumido um mandato agora”, afirmou.

A Presidência da República, porém, negou que Maia estivesse formalmente entre os integrantes da comitiva. Depois, indagada sobre a condição na qual ele participou dos eventos oficiais na capital argentina, não respondeu mais.

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Vista da South Tower at the Point, em Miami: condomínio tem até píer para barcos

O nome de Marco Maia apareceu em investigações sobre desvios no Ministério do Planejamento durante o governo de Dilma Rousseff. Em delação premiada, o lobista Alexandre Romano, acusado de operar o propinoduto, disse que um apartamento em Miami comprado e registrado em nome de uma de suas empresas tinha Maia como real proprietário — Romano, conhecido como “Chambinho”, seria, portanto, uma espécie de “laranja” de luxo do deputado, que na ocasião negou ser o dono do imóvel.

Antes da delação, a investigação havia reunido provas de que Maia era frequentador do apartamento. O imóvel de 164 metros quadrados, em um condomínio de luxo na orla de Miami, fora comprado por US$ 671 mil — mais de R$ 3,4 milhões em valores atuais. “Era uma denúncia vazia”, defende-se agora o deputado. Ele diz que as investigações não prosperaram.

Marco Maia retornou à Câmara para uma temporada relâmpago, de apenas um mês. Suplente, ele assumiu no início do ano a vaga de Paulo Pimenta, alçado a ministro da Secretaria de Comunicação de Lula.

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