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Rede de postos do Rio é suspeita de usar laranja e lavar para bando

Facção criminosa expande controle de postos de combustível no RJ, com foco na lavagem de dinheiro.

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No Rio de Janeiro, autoridades investigam a expansão de uma facção criminosa no controle de postos de combustíveis. O proprietário, com perfil financeiro incompatível, levanta suspeitas de lavagem de dinheiro e conexão com o PCC. A facção estaria utilizando empresas de fachada para operar no setor de combustíveis e expandir seus negócios ilícitos para além das fronteiras de São Paulo, o que preocupa autoridades estaduais e federais.

Leia a íntegra da transcrição do podcast de Leandro Mazzini

Olá, leitores internéticos desse mundo digital. Hoje, volto ao assunto sobre o crime organizado nos postos de combustíveis. Algo muito curioso começou a acontecer nas rodovias e avenidas da cidade maravilhosa e região metropolitana.

Criada em agosto no Rio de Janeiro, a Diamante Participações e Negócios Ltda, de agenciamento de serviços e instituição financeira, entrou na mira das autoridades. Seu proprietário, G.L.F.M., mora na periferia de São Paulo, e tentou sem sucesso ser PM e Guarda Municipal no interior paulista. No seu LinkedIn, aparece como auxiliar de logística numa empresa de peças para tratores.  Ou seja, tem renda mensal incompatível com o controle de 20 postos de combustíveis de propriedade da Diamante na região metropolitana do Rio. A maioria é de ‘bandeira branca’ e seis deles não têm autorização da Agência Nacional do Petróleo para operar. Há anos a inteligência da Segurança no Estado monitora a entrada de facção criminosa na capital. Há informes de que o bando já comprou 30 postos nos últimos meses. Autoridades já descobriram que G.L.F.M, com esse currículo, ascendeu para sócio controlador de uma rede avaliada em mais de R$ 30 milhões. O e-mail cadastrado como de contato da empresa remete a outro grupo que já é investigado pelas autoridades paulistas por lavagem de uma facção criminosa no setor.

Algo que chama atenção foi o cadastro de e-mail do grupo na Receita Federal. Para todos os estabelecimentos do grupo no Rio, trata-se do mesmo endereço eletrônico como referência, o da empresa GGXGLOBAL PARTICIPAÇOES. O referido e-mail seria da empresa utilizada pela COPAPE para comprar postos de gasolina no Estado de São Paulo. Sim, aquela COPAPE que já citamos numerosas vezes, a empresa que, segundo o Instituto Combustível Legal, seria o braço operacional do PCC no segmento de combustíveis.

O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já citou numa palestra que a facção PCC já detém mais de 1.100 postos no Estado. Algo preocupante é esse avanço para além das divisas. Pelo visto, o PCC também está esticando seus tentáculos no Estado do Rio de Janeiro. E na semana passada, na reunião com o presidente Lula da Silva sobre a PEC de combate ao crime organizado, Tarcício voltou a alertar o que temos publicado com exclusividade há mais de ano. Abre aspas: “Uma coisa que nos preocupa muito é a transposição de ilícito em negócios lícitos. Temos um problema sério no setor de combustível”. A profusão de postos adquiridos pelo crime organizado, e até usinas de etanol”. Isso vem de quem sabe o que está acontecendo. Abram os olhos, autoridades do Brasil todo.

Eu sou Leandro Mazzini, e faço esse podcast em parceria com Gabriel Garcia e revisão de Isabele Mendes e Carol Purificação.

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