Você é adepto do Kinky? Ser “diferentão” na hora do sexo é bastante comum
Confundido com outras práticas ou mesmo com parafilias, o Kinky é uma opção para variar o repertório sexual
atualizado
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É sabido que toda sociedade tem seus parâmetros – um tanto limitados – do que é “normal” ou “aceitável” na vida das pessoas. E, é claro, mesmo o que se faz entre quatro paredes não escapa do crivo dessas normas.
Mas, assim como na vida existem os diferentões, no sexo há o Kinky. Palavra em inglês para “excêntrico”, não se trata de um movimento, mas um estilo de vida de quem se propõe a viver a própria sexualidade fora da curva.
Diferente do que muitos pensam, o Kinky não é a mesma coisa que o BDSM ou fetiche. “Todos que experimentam a sexualidade fora da caixa são kinkers, incluindo BDSMers e fetichistas, mas nem todo kinker é fetichista ou BDSMer”, explica a sexóloga Erika Thinen.
Somos todos kinkers
Dito isso, fica a pergunta: mas, afinal, o que é considerada uma prática Kinky? Em uma sociedade cheia de tabus, principalmente no que diz respeito a sexo, a lista é longa. Ou seja, a probabilidade de você ter uma pitada diferentona sem nem saber é grande.
O estilo inclui coisas como o swing (troca de casais), pompoarismo (exercícios pélvicos), dupla penetração, exibicionismo e até mesmo o bom e velho sexting (sexo por mensagens de texto) – melhor amigo de muita gente durante a quarentena.
No hall de práticas mais exóticas, existem o king out, que proíbe a penetração e só permite beijos, carícias e lambidas, e o kokigami, prática japonesa em que se embrulha o pênis. “A ideia é oferecer à parceria seu presente mais apreciado”, explica Erika.
Preconceito
Como tudo que se propõe a ser diferente, as práticas kinkys ainda são vistas, muitas vezes, com maus olhos. Comportamentos sexuais sempre estão envolvidos em tabus, e o primeiro passo para dissolver isso é o diálogo.
“Sexo sem ser reprodutivo ou antes do casamento, virgindade, sexo oral, sexo anal, homossexualidade… tudo isso já foi tabu”, aponta Erika.
A sexóloga argumenta que o principal motivo para que coisas diferentes causem incômodo e preconceito é que as pessoas confundem aceitação com identificação. “Tememos aceitar as preferências alheias por medo de estarmos assinando um atestado de que nos identificamos com elas. E uma coisa não não a ver com a outra”, ensina.
Segundo a especialista, para ser kinker só é preciso ter a mente aberta, estar disposto e ter confiança no(a) parceiro(a). “Isso, claro, quando falamos de comportamentos sexuais saudáveis. Não se trata de uma normatização de transtornos parafílicos e outras patologias”, enfatiza.