Visual e sensorial: 7 curiosidades sobre o fetiche sexual por gessos
Saiba mais sobre o fetiche conhecido por gessolatria ou castfetish, o tesão em ser engessado e ver pessoas engessadas
atualizado
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Apesar de ainda existir muito julgamento em relação às práticas sexuais que fogem do convencional, a verdade é que, quando o assunto é prazer, o céu é o limite. Além dos fetiches mais conhecidos, como pés e látex, existem também os que pouco se fala sobre, a exemplo do tesão por gesso.
A gessolatria (castfetish, em inglês), é a denominação que se dá para o fetiche sexual pelo uso dos gessos ortopédicos, comuns quando se tem alguma fratura no corpo. Os adeptos se chamam gessólatras, ou casters – que faz referência ao termo estrangeiro.
Apesar de ser um fetiche menos conhecido, desde que consensual entre todas as partes envolvidas e que não machuque ninguém, tudo é válido. Mas é preciso estar atento para saber quando o fetiche se torna um transtorno parafílico.
De acordo com o terapeuta sexual André Almeida em entrevista anterior ao Metrópoles, primeiramente, é necessário diferenciar parafilias de transtornos parafílicos, uma vez que o conceito de parafilia é um conjunto de comportamentos sociais que saem do convencional – ou seja, essa definição vai variar de uma cultura para outra.
Logo, o que seria um transtorno? Segundo o especialista, o transtorno vai desenvolver o sofrimento do indivíduo ou de outra pessoa, o que inclui também o não consentimento. Por exemplo, se a pessoa só conseguir sentir tesão com a presença do elemento de fetiche e isso trouxer prejuízo à vida dele, configura-se um transtorno. “Se não atrapalha, não é”, diz.
Dito isso, confira algumas curiosidades sobre a gessolatria:
- Para começar, o tesão advindo do castfetish vem tanto do aspecto visual que estar engessado traz quanto pela parte sensorial do gesso – peso, toque, textura… Essa atração pode ser ou da própria pessoa ser engessada, de ver alguém engessado ou mesmo em engessar alguém;
- Apesar de pouco conhecido, é possível encontrar alguns conteúdos de castfetish em plataformas gigantes do pornô;
- Por conta de não haver muita variedade de conteúdos em plataformas gerais, existem espaços específicos para a troca de imagens, vídeos e contos eróticos envolvendo gessolatria. Existe inclusive uma plataforma de áudio chamada Spoticast, onde os moderadores dividem experiências e falam sobre o assunto;
- Muitos fetichistas anônimos criam contas no Instagram apenas voltadas para o fetiche por gessos. Nos perfis, é possível encontrar fotos, vídeos, caixas de perguntas, entre outras coisas que entram na dinâmica da rede social;
- Ainda que tenha um pezinho no bondage (fetiche por amarração), o castfetish não se enquadra no BDSM no sentido de não ter a intenção de levar dor. O gessos feitos pelos adeptos são recreativos, ou seja, não precisam de lesões reais;
- Assim como todo grupo organizado, a gessolatria tem um “dicionário” de nomenclaturas, principalmente no que diz respeito aos tipos de gesso. Por exemplo: SLWC (short leg walk cast), bota gessada curta com salto para caminhar; SLC (short leg cast), bota gessada curta sem salto; SAC (short arm cast), luva gessada para a mão; LAC (long arm cast), gesso no braço inteiro; CLC (cylinder), tubo de gesso do tornozelo até a virilha; LLC (long leg cast), perna inteira engessada, do pé até a virilha;
- Boa parte do tesão da gessolatria está relacionada à imobilização, privação de movimentos e consequente dependência para certas coisas que isso traz, tanto no sentido de depender de alguém quanto no sentido de ajudar quem está dependente.