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Vale apostar na não monogamia apenas para não ser “corno(a)”? Entenda

Deborah Secco e Luísa Sonza já mencionaram a não monogamia como uma forma de “não ser mais corna”. Entenda se a decisão é efetiva

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Montagem colorida com duas fotos, uma da atriz Deborah Secco e outra da cantora Luísa Sonza - Metrópoles
1 de 1 Montagem colorida com duas fotos, uma da atriz Deborah Secco e outra da cantora Luísa Sonza - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

Seja por interesse ou pura curiosidade, o fato é que a não monogamia tem ganhado cada vez mais os holofotes. Por isso, não é incomum encontrar declarações de artistas adeptos da dinâmica de relacionamento liberal. Contudo, vale se perguntar: existe um contexto não recomendado de se tornar adepto da não monogamia?

Em entrevista recente, Deborah Secco — que é casada com Hugo Moura e tem um relacionamento aberto — afirmou que optou pelo casamento liberal porque não estava afim de ser “a corna”.

Da mesma forma, Luísa Sonza explicou que é monogâmica, mas que um dia poderia considerar a não monogamia, por não querer mais ser corna.

Porém, ainda que possa vir a ser uma solução efetiva, há especialistas que não recomendam usar a não monogamia como uma “solução” para algum problema. Afinal, a tendência é que relacionamentos que já estão ruins, piorem ainda mais quando se deparam com a dinâmica liberal.

“Na maioria das vezes, os casais estão com problemas relacionados a diálogo, sexo, entre outras coisas. Abrir nessas condições, em que o problema é subjacente ao próprio relacionar-se, vai gerar ainda mais problemas. A questão maior está na base da relação. É interessante que, antes dessa abertura, se resolvam as questões. A abertura vem como um aprimoramento, não uma resolutiva de um problema que está no cerne”, explica o terapeuta sexual André Almeida.

Vale entender também que a não monogamia não é “bagunça” – na maioria dos relacionamentos abertos existem combinados e alinhamentos que precisam ser cumpridos pelas duas partes. Afinal, “ser traído(a)” é sobre a quebra de combinados, sejam eles quais forem, e não apenas que o parceiro beije ou transe com outra pessoa.

E ciúmes?

Outra crença que existe sobre relacionamentos abertos é que, via de regra, as pessoas não podem ser ciumentas, uma vez que é um sentimento que não existe nessa dinâmica. Porém, o ciúme por vezes aparece. A diferença está na forma que se lida com ele e também em como se leva para o outro.

André esclarece que, mesmo que existam correntes de pensamento que tratem o ciúme como algo puramente construído socialmente, outras linhas teóricas o definem como um sentimento básico do ser humano, a exemplo da alegria ou tristeza. Na psicologia evolutiva, por exemplo, já foram observados em animais comportamentos de retenção de parceria que se assemelham ao ciúme.

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“É importante a gente compreender que ele vai aparecer, o negócio é como ele vai se traduzir em comportamentos. Emoções vão aparecer e podem ser desagradáveis, e quando a gente parte para a agressão é um problema, mas a gente pode sentir a raiva e conversar sobre ela com a pessoa. Existem formas construtivas de fazer isso, conversar, explicar o que está sentindo e ouvir o lado do outro”, expõe.

Quando saber que é a hora?

Assim como não existe nada de errado em defender e se adaptar bem a um relacionamento monogâmico, também é válido enxergar a não monogamia com curiosidade e vontade de experimentar.

É importante respeitar os próprios limites e observar quando é o melhor momento de dar esse passo – tanto no que diz respeito ao casal quanto aos indivíduos.

“É muito importante que a gente primeiro trate bastante da autoestima, da percepção em relação ao pertencimento, e também de entender e aceitar nossos limites relacionais: como é nossa percepção de apego, como funciona a construção que temos de autoconceito, priorização, e sobre a própria individualidade. Isso evita a dependência emocional e serve para qualquer relacionamento”, garante.

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