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Vagina de grife: entenda a ginecologia cosmética e por que é tendência

O Brasil é líder mundial na realização de cirurgias íntimas. Entenda o que leva mulheres a buscar um padrão estético para a vulva

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Foto colorida de uma mulher negra vestida com uma calcinha rosa segurando uma flor na frente da vagina - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de uma mulher negra vestida com uma calcinha rosa segurando uma flor na frente da vagina - Metrópoles - Foto: Cliff Booth/Pexels

Um termo tem chamado atenção do público nas últimas semanas. Na segunda temporada de Mulheres Incríveis de Bollywood, série original da Netflix, ao surgir o assunto menopausa, é citada uma expressão um tanto quanto curiosa, mas adotada por muitas mulheres pelo mundo: designer vagina.

O termo em inglês pode ser traduzido para algo como “vagina de designer” ou “vagina de grife” e se refere ao hábito de cuidar da vulva e mantê-la quase como um artigo de luxo para melhorar a vida sexual e a autoestima.

Em um mundo no qual o empoderamento feminino e a liberdade sexual estão cada vez mais em pauta, cabe problematizar que os padrões estéticos tenham chegado até mesmo às vulvas. No entanto, não há como negar que procedimentos estéticos voltados para essa região são cada vez mais comuns.

De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), o Brasil é recordista mundial em cirurgias íntimas. Só em 2020, a labioplastia, intervenção focada em reduzir os lábios vaginais, foi feita por 20.334 mulheres no país.

Ginecologia cosmética

Com o crescimento da busca por esse tipo de procedimento, uma subespecialidade da ginecologia ganhou destaque: a ginecologia estética, que avalia a genitália feminina do ponto de vista anatômico, funcional e também estético.

Os motivos para buscar as cirurgias íntimas variam. Em nota, o cirurgião plástico Umberto Tozzi afirma que, entre as mulheres mais novas, a motivação costuma ser mais estética do que funcional.

“Geralmente, são pacientes tímidas que nunca tiveram relação sexual por vergonha de se mostrar ao parceiro. Outros casos são modelos que têm dificuldade de realizar trabalhos com maiô e lingerie, porque a área é proeminente”, diz. Mas também existem casos em que há irritações e problemas funcionais.

Entre as mulheres mais velhas, por outro lado, há muita procura por preenchimento nos lábios e bioestimulação da vagina, a fim de atenuar o ressecamento pós-menopausa. Tozzi ainda ressalta que esses procedimentos também são buscados por mulheres transexuais.

“A pressão estética é igual para todos os perfis atendidos. No caso das mulheres trans, elas me pedem para melhorar o aspecto de seus grandes lábios, que geralmente estão vazios”, explica.

Contudo, o médico acha importante alertar as pacientes antes da realização de cirurgias como essas, uma vez que elas são irreversíveis. “Não existe vulva perfeita, é importante deixar isso claro. Entretanto, também precisamos levar em consideração que a autoestima das pacientes importa. Elas buscam por isso, e é nosso dever ajudá-las”, conclui.

Vale mencionar que a indústria pornográfica é apontada por muitas pessoas como a grande culpada pelas pressões estéticas relacionadas à vagina.

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