metropoles.com

Todo fetiche é um “desvio” que surge do vício em conteúdo erótico?

Trapeuta sexual explica as formas com as quais um fetiche pode surgir e pontua se todo fetiche é, necessariamente, uma patologia

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
EKIN KIZILKAYA/Getty Images
Homem assistindo pornografia na televisão - Metrópoles
1 de 1 Homem assistindo pornografia na televisão - Metrópoles - Foto: EKIN KIZILKAYA/Getty Images

A cada dia, é mais comum encontrar discussões nas redes sociais e até mesmo na grande mídia sobre fetiches. Apesar de poderem ser praticados de forma saudável, muita gente acredita que qualquer fetiche é um “desvio” de personalidade, ocasionado, necessariamente, pelo vício à pornografia. Será mesmo?

De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, é fato que a pornografia pode, sim, influenciar esse quesito.

Em homens ou mulheres, jovens ou adultos, a exposição a conteúdos pornográficos pode gerar uma mudança no comportamento sexual. Isso inclui os “normalizados socialmente” e até aqueles mais kinky (tudo que foge do que é aceito dentro da “normalidade”).

Contudo, não é regra. “Como qualquer comportamento, o sexo também é influenciado pelo aprendizado, e ele pode vir tanto da exposição à pornografia quanto de relações íntimas que reforçaram esses fetiches. Mesmo assim, vai depender do quanto é estimulante para cada indivíduo, uma vez que cada pessoa tem seus ‘gatilhos’ de maior intensidade para ativação do que outros”, explica o psicólogo.

Ainda que “aprendidos” com a pornografia, os fetiches e tantos outros comportamentos sexuais só se tornam desfuncionais se saírem do que é sexo real ou começarem a causar sofrimento em que pratica. Fora isso, independentemente da fonte, um fetiche pode ser praticado de forma totalmente saudável.

André ainda elucida que afirmar com certeza que todo fetiche é um desvio causado pela pornografia pode ajudar a reforçar um grande preconceito que existe com tudo que está fora da dita “normosexualidade”, que tem parâmetros baseados no que a atual sociedade considera “moral”.

“O fato de um comportamento poder ser aprendido no pornô não o torna patológico. O grande problema é a indústria pornográfica com seus abusos, irrealidades e objetificação (principalmente da mulher)”, finaliza.

Para ele, definir se é saudável ou não depende do quanto gera danos para si ou para o outro. “Um casal pode ter contato com um fetiche no pornô e gerar muito prazer na relação; da mesma forma, alguém pode tentar reproduzir algo sem o consentimento e a segurança necessários, e acabar gerando dano”, finaliza.

4 imagens
Kinky é o nome dado ao sexo que foge do que é considerado "normal" pela sociedade
Os fetiches podem variar dos mais leves aos mais extremos
Fetiches podem ser práticas sexuais normais, desde que praticadas com consentimento e segurança, sem causar sofrimento a ninguém
1 de 4

No repertório sexual das pessoas mundo afora, existem os mais variados fetiches

Howard Kingsnorth/Getty Images
2 de 4

Kinky é o nome dado ao sexo que foge do que é considerado "normal" pela sociedade

David Sacks/Getty Images
3 de 4

Os fetiches podem variar dos mais leves aos mais extremos

Turbo/Getty Images
4 de 4

Fetiches podem ser práticas sexuais normais, desde que praticadas com consentimento e segurança, sem causar sofrimento a ninguém

Navee Sangvitoon/Getty Images

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?