Testadores de brinquedos eróticos: entenda a rotina da profissão
Antes de serem vendidos nos sex shops, os brinquedos sexuais são testados por profissionais específicos. Saiba detalhes da função
atualizado
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Em todos os setores da indústria, há sempre uma pessoa responsável por testar os produtos de uma marca. E, ainda que muita gente não pense nisso, no mercado erótico não é diferente.
Em meio a uma expansão cada vez maior, a indústria se renova e lança produtos para todos os públicos e gostos. De acordo com Verônica Rocha, testadora da marca Intt, a principal função do cargo é avaliar todos os aspectos de novos brinquedos sexuais incorporados nas linhas.
“Avaliamos os benefícios, diferenciais, potência, material, acabamento, funções, entre outras coisas. Depois disso, expomos nossa opinião técnica e prática para a diretoria, que é responsável por decidir quais novidades serão colocadas a venda no mercado e chegará nos sex shops”, explica.
Formada em recursos humanos, Verônica trabalhou na área por três anos, mas só se encontrou profissionalmente ao entrar no mercado erótico. Na atual empresa, atua na parte comercial há seis anos – desses, há três é também testadora. “Com o tempo e meu conhecimento em toys surgiu a oportunidade de ser a testadora oficial da marca. No começo fiquei em dúvida, mas logo aceitei o desafio”, lembra.
Dia a dia
Verônica vai diariamente ao escritório, mas a rotina de testes – que acontece em períodos específicos de recebimento das amostras de novos brinquedos – é dividida entre a empresa e a casa da profissional. “Muitos toys são para casais, então testo com meu parceiro, para conseguir dar a melhor avaliação”, justifica.
Além de dar o parecer técnico e prático, os testadores, muitas vezes, também ficam responsáveis por dar orientações e tirar dúvidas diretas aos consumidores. Segundo Verônica, por mais intuitivos que possam parecer alguns brinquedos, sempre surgem dúvidas. “As duas principais questões são sobre como ligar o produto e colocá-lo para carregar. Mesmo parecendo básico, muitas pessoas se confundem com isso”, diz.
A testadora revela que também já passou por algumas situações inusitadas e engraçadas com o serviço.
“Certa vez recebi a amostra de um vibrador que, para mim, parecia normal, porém ele tinha uma função de dar choques que não tinha sido revelada pelo fornecedor. Quando introduzi o brinquedo, tomei um choque e, obviamente, um tremendo susto. Apesar do prazer, não estava preparada naquele momento”, lembra.
Para finalizar, Verônica diz que, mesmo com uma visão ainda preconceituosa sobre o mercado erótico, o segmento tenta lidar com isso da melhor forma. “Lutamos para mostrar que cosméticos e brinquedos sensuais são sinônimo de saúde e bem-estar. Além disso, sou muito mais feliz hoje. É um trabalho bem remunerado e prazeroso”, garante.