Tesão por estátuas existe? Saiba mais sobre a parafilia sexual
Chamado de agalmatofilia, o fetiche consiste em sentir admiração exagerada ou até mesmo desejo sexual por estátuas e manequins
atualizado
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Nas últimas semanas, um homem foi preso e sofreu retaliação pública na Tailândia. Preechar Chumpla, de 30 anos, se despiu e, durante duas longas horas, “fez sexo” com uma estátua.
O monumento em questão homenageia Thao Suranari, uma das heroínas mais amadas e reverenciadas do país, e fica localizado em Non Somboon. De acordo com o Daily Star, a polícia foi chamada pelos pais de Preechar, que afirmaram que seu filho estava sob o efeito de drogas.
Se a “transa bizarra” foi, de fato, resultado de alucinações, não se sabe. Mas o que é fato — e muita gente não sabe — é que existem fetiches específicos que envolvem a atração exagerada e o desejo sexual por estátuas: a agalmatofilia e o pigmalionismo.
De forma simples, agalmatofilia significa o desejo por estátuas ou manequins, e varia de agalmatos, o grego para estátuas. Já o pigmalionismo configura, além do simples desejo, o contato físico sexual com o objeto. O nome remete a Pigmalião, rei e escultor da mitologia grega que se apaixonou por uma estátua feita por ele.
Sabe-se que, quando se trata de prazer, tudo é válido, desde que consensual entre todas as partes envolvidas, mas é preciso estar atento para saber quando o fetiche se torna um transtorno parafílico.
De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, primeiramente, é necessário diferenciar parafilias de transtornos parafílicos, uma vez que o conceito de parafilia é um conjunto de comportamentos sociais que saem do convencional – ou seja, essa definição vai variar de uma cultura para outra.
“Dentro da parafilia nós temos diferentes coisas, uma delas é o fetichismo, que é o desejo sexual em coisas inanimadas e outras partes do corpo que não sejam genitais. Isso não é considerado um transtorno. Dessa forma, todo transtorno é uma parafilia, mas nem toda parafilia é um transtorno”, explica.
Logo, o que seria um transtorno? Segundo o especialista, o transtorno vai desenvolver o sofrimento do indivíduo ou de outra pessoa, o que inclui também o não consentimento. Por exemplo, se a pessoa só conseguir sentir tesão com a presença do elemento de fetiche e isso trouxer prejuízo à vida dele, configura-se um transtorno. “Se não atrapalha, não é”, diz.
Apesar de existir uma forma de uma estátua consentir um ato sexual, vale lembrar que o consentimento precisa partir também de quem está presente, ainda que não esteja participando. Logo, o caso do tailandês, por ferir o direito das pessoas que estavam no local assistindo, não foi consensual.