Tesão em fralda? Entenda a problemática do infantilismo no sexo
Psicóloga explica por que desejo sexual pelo uso de fralda e outros elementos infantis é considerado uma parafilia, não um fetiche saudável
atualizado
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Ao navegar por aplicativos de encontros, é possível encontrar de tudo, inclusive fetiches bem específicos. Uma tara que tem chamado atenção é o diaper lover (amante de fraldas, em tradução livre), que consiste no tesão pelo uso de fraldas – por vestir ou observar pessoas usando.
A prática faz parte do que se chama de infantilismo, desejo sexual por elementos que remetem à infância, desde roupas e acessórios até comportamentos. O infantilismo está contido também na dinâmica de hierarquia e obediência, uma vez que o dominador faz o papel de chamar a atenção, brigar e aplicar castigos quando o submisso desobedece.
De acordo com a psicóloga Alessandra Araújo, esse comportamento não chega a ser considerado um fetiche que pode ser praticado de forma saudável, mas sim como uma parafilia.
“É uma disfuncionalidade e não pode ser considerado algo saudável. Ainda que possa parecer ‘só uma fralda’, ‘só uma chupeta’, ela pode remeter inclusive à pedofilia”, explica.
A especialista reforça que, ainda que dois adultos pratiquem o infantilismo de forma privada e sem envolver crianças, a mente humana é muito subjetiva e a prática pode abrir precedentes perigosos para normalizar elementos infantis a algo que não deveria ser misturado à infância.
“Não se pode descartar essa possibilidade, porque por trás de precisar que a parceria se vista e se comporte como uma criança pode servir para alimentar o imaginários de que é, de fato, uma criança ali. Não se deve normalizar”, afirma.