Swing, ménage e poliamor: 1ª Semana Liberal busca quebrar tabus monogâmicos
O evento, que é on-line e gratuito, traz informações e desmistifica questões que abrangem todos os tipos de práticas não-monogâmicas
atualizado
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Dos dias 7 a 12 de dezembro acontece a 1ª Semana Liberal do Brasil, evento que tem como objetivo desmistificar os tabus e o mundo dos relacionamentos não monogâmicos e de fetiches como ménage, swing, cuckold etc.
O encontro acontece de forma 100% on-line e é gratuito, com inscrições (que podem ser anônimas) no site oficial. Ao longo da programação, os inscritos vão receber um vídeo por dia – serão mais de cinco horas de conteúdo com diversos temas.
Além de conferir depoimentos de casais que transformaram seus relacionamentos com o universo liberal, será possível aprender como iniciar uma conversa com a parceria sobre troca de casais; o que acontece em festas de swing e como se comportar; como driblar tabus, entre outros tópicos.
A organização do evento fica por conta do casal Marina & Márcio, que fazem parte do mundo liberal há 10 anos e apresentam um programa no canal Sexlog.tv, do site de relacionamentos Sexlog e do aplicativo Ysos. Entre os apoiadores está também a editora Tocalivros – responsável pela publicação do livro O Manual Mínimo do Casal Swing, de autoria de Marina & Márcio.
De acordo com a organizadora Marina Rotty, a ideia é fazer um congresso presencial assim que a situação do coronavírus se normalizar. “Estamos com mais de 1500 inscritos, e vários são de fora do Brasil”, conta.
Seriedade e informação
Para Marina, um dos principais objetivos do encontro é trazer seriedade para o assunto dos relacionamentos liberais. “Tudo que se refere a sexo tende a ser generalizado e tratado como pecado, como sujo, errado. Mas quem pratica o relacionamento liberal sabe que não é só o sexo em si; é o que acontece depois, o convívio do casal, a conversa, a intimidade compartilhada”, diz.
Mayumi Sato, diretora de marketing do Sexlog e uma das organizadoras da Semana Liberal, reforça que existe tanto a demanda de pessoas interessadas no meio liberal que não sabem como ou por onde começar e precisam de informações, quanto a de praticantes que querem liderar o movimento e desmistificar o meio.
“Nosso objetivo é que as experiências contadas ali cheguem ao maior número possível de pessoas. A verdade é que a gente não nasce sabendo das coisas, tampouco somos ensinadas a pensar nas nossas relações fora da caixinha. Aprender com quem já viveu dilemas parecidos com os nossos e conseguiu superá-los é superpositivo”, afirma.
Outras opções
Nos últimos anos, Marina afirma que percebe uma maior visibilidade dos relacionamentos não-monogâmicos na mídia, o que tem feito que as pessoas se sintam mais à vontade em compartilhar suas experiências.
Segundo a organizadora, a intenção não é impor nada, mas sim dar outras opções de viver o relacionamento e a sexualidade. “Até então a monogamia tem sido inquestionável e a única forma possível de se relacionar. Estamos apenas trazendo possibilidades”, diz.
Mayumi explica também que o evento pode ajudar também pessoas que não pretendem deixar de ser monogâmicas. Uma vez que relações liberais também têm regras, é preciso uma comunicação que flua e compreensão sobre si mesmo e sobre o outro.
“Um dos nossos lemas é que não há um modelo melhor ou pior de relacionamento. Tudo pode dar certo se os envolvidos estiverem dispostos e fazer funcionar, com muito aprendizado e empatia. Então toda essa experiência vai, com certeza, ajudar quem está nessa busca por um relacionamento cada vez melhor, independente do modelo escolhido”, garante.