Síndrome do conto de fadas? Expert expõe riscos de idealizar relações
Relações perfeitas são o ideal para muitas pessoas, mas será que elas de fato existem? Expert avalia
atualizado
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Um ideal compartilhado entre muitas pessoas é a busca por relacionamentos perfeitos. No entanto, também é verdade que essa é a fonte de diversas frustrações no plano emocional. Falar sobre a ausência de erros em um relacionamento ou em qualquer outra área da vida implica ignorar a própria natureza humana.
De acordo com a especialista em psicologia cognitiva, comportamental e relacionamentos Emily Verde, a necessidade de algumas pessoas em se mostrar como perfeitas em seus relacionamentos vêm de questões ligadas a uma possível dinâmica familiar problemática.
“Crescer dentro desse sistema familiar acaba desenvolvendo um medo profundo de rejeição, levando a uma busca incessante pela perfeição para garantir o amor dos outros”, comenta a profissional.
“Os membros da família por vezes assumem papéis rígidos, como o ‘filho perfeito’ ou ‘pacificador’. Esses papéis exigem que a pessoa esconda suas fraquezas ou falhas para manter a harmonia familiar ou para atender às expectativas dos pais”, avalia a expert.
De acordo com a psicóloga, na tentativa de não repetir esse padrão familiar, há quem tente controlar as próprias vidas de forma obsessiva, mirando justamente em ideais inatingíveis.
À procura de relações perfeitas?
Estar em busca de pessoas “perfeitas” e encontrar defeitos em tudo pode ser profundamente desafiador tanto para quem busca essa perfeição, quanto para aqueles que são alvo dessa expectativa.
Esse comportamento pode levar à desvalorização de qualidades humanas normais, como a vulnerabilidade. “Nas relações afetivas, esse comportamento faz com que o parceiro(a) comece a se sentir invisível ou descartável”, salienta Emily.
E como viver relacionamentos reais?
Se você é do time que costuma projetar em seus romances um “conto de fadas”, a psicóloga avalia que é necessário deixar de lado o medo de ser vulnerável. A vulnerabilidade, assegura, é o que permite que as pessoas se conectem verdadeiramente, ao compartilhar seus medos e esperanças.
“Isso abre espaço para que o parceiro faça o mesmo. Essa troca cria uma conexão profunda e genuína, em que ambos podem se sentir vistos e aceitos como são”, comenta. “Relacionamentos saudáveis não dependem de seres perfeitos, mas sim de como as pessoas crescem juntas”, encerra.