O que seria considerada uma iniciação sexual tardia? Teoricamente, não existe uma regra ou faixa etária ideal para o início da vida sexual, e o que é “tarde” para uma pessoa pode não ser para outra.

Contudo, dada a explosão hormonal da adolescência e a corrida para a perda da virgindade da “fase American Pie”, ter a primeira relação sexual após os 20 anos – segundo o urologista e sexólogo Danilo Galante – já pode se considerar um início “tardio” na atualidade.

De acordo com o médico, a vida sexual não precisa ter início na adolescência e, além de um possível retardo na maturidade, transar após os 18 não chega a trazer malefícios.

“Não existe uma regra, mas esta pessoa vai precisar entender que a sexualidade dela começou ‘atrasada’ em relação às outras pessoas da mesma faixa etária, o que pode causar alguns conflitos. A questão toda é como ela vai lidar com isso”, explica.

Mas uma vez que adolescentes são “saquinhos de hormônios”, o que levaria pessoas a passarem imunes dessa fase e chegarem aos 20, ou muitas vezes até aos 25 ou 30 anos e ainda não se sentirem à vontade para transar?

Segundo Danilo, insegurança é um dos maiores fatores. “A pessoa pode não estar segura com ela mesma, não ter uma autoestima muito boa, ter receio de ficar nua na frente de outra. Além disso, também pode ser uma educação muito rígida dentro de casa, opção por celibato, religião etc.”, diz.

E vale lembrar que masturbação não conta como experiência sexual nesse sentido. “É o início de uma descoberta do próprio corpo, mas não é o início de uma vida sexual”, garante o urologista.

Tudo em seu tempo

O sexólogo ressalta que, ainda que exista a possibilidade de conflitos e retardo de maturidade, não vale a pena forçar a barra para fazer sexo sem sentir que é o momento certo.

Momento certo este que, segundo Danilo, varia de pessoa para pessoa. “O momento ideal é aquele em que a pessoa está tranquila com ela mesma. Ela precisa estar pronta para aquilo, estar com a ideia amadurecida. Esse aspecto é o mais importante”, afirma.

Os danos por ceder à pressão da corrida da perda da virgindade, muitas vezes podem ser piores que os de uma possível sexualidade “tardia”.

“Dependendo de como for essa primeira vez, a pessoa pode vir a ter traumas. Asco de sexo, anorgasmia, dor na relação sexual, ejaculação precoce, disfunção erétil, entre outras alterações sexuais que podem vir de um início forçado ou mal sucedido”, alerta.