Sexo sem julgamentos: a polêmica da transa no 1º date ainda importa?
Psicóloga sexual dá dicas para aliviar a pressão do sexo no primeiro encontro
atualizado
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Sexo no primeiro encontro ainda é tabu, principalmente entre as mulheres. Não só falar sobre o assunto como a pressão que paira quando a dúvida é: transar ou não no primeiro date?
De um lado, grande parte das mulheres se sente pressionada a transar no primeiro encontro para poder garantir que a relação possa ter continuidade. Por outro lado, elas sofrem com a pressão do medo do julgamento tanto do parceiro como da sociedade. E em alguns casos, um julgamento ainda pior: da própria mulher. Diferente das mulheres, a pressão que gira em torno dos homens é no sentido de ter um bom desempenho na primeira vez, para impressionar o par.
A psicóloga sexual, Michelle Sampaio, explica que essa pressão é bem comum tanto entre homens como mulheres, e aponta: “Entre casais homoafetivos, a pressão entre homens costuma ser maior do que a pressão entre mulheres”.
Com o objetivo de entender mais sobre o tema, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido da plataforma de medicina Omens em parceria com o aplicativo de paquera Happn, revelou alguns hábitos sexuais dos brasileiros durante a pandemia:
O assunto ainda é tabu
Mesmo com toda a liberdade e facilidade que os aplicativos de relacionamentos proporcionam, o sexo é um assunto pouco abordado antes do primeiro encontro. Principalmente entre o pessoal na faixa dos 20 até os 40 anos de idade, de acordo com Michelle Sampaio, e isso faz com que a pressão seja ainda maior. “Os homens pressionados podem até comprometer o desempenho sexual, provocando perda de ereção e ejaculação precoce”.
A tecnologia à favor do sexo
Para a especialista, o uso de aplicativos de relacionamento tem colaborado ( e muito) para a vida dos solteiros de plantão. “Até mesmo as figurinhas do WhatsApp, ajudam a puxar o assunto, principalmente pela conversa não ser cara a cara, e ter a possibilidade de dar um tom de brincadeira”. Mas, ainda assim, o número de homens que se sentem confortáveis em falar do assunto antes do primeiro encontro não chega a 30%, e o número é ainda mais baixo quando se trata de mulheres: 8%.
Sexo no primeiro encontro: sim ou não?
“Com o movimento de empoderamento feminino, de maior liberdade, as mulheres estão se soltando, mas ainda vivemos à sombra deste tabu”, aponta Michelle Sampaio. O importante no primeiro encontro, e em todos, é que os envolvidos estejam confortáveis e se desliguem de regras pré-estabelecidas pela sociedade. A pesquisa mostrou ainda que a preocupação também abarca o dia seguinte. Após a primeira experiência sexual com o novo parceiro, três em cada dez brasileiros esperam que o parceiro entre em contato no dia seguinte, e entre as mulheres esse índice é mais alto: 43% ante 14% do que entre os homens.
Não tem regra
Nem para o momento do encontro, nem para o dia seguinte. A melhor forma de quebrar o gelo e tornar a situação mais confortável é conversar. “Fale sobre sexo, converse antes para alinhar às expectativas”.
Faça o oral…
O diálogo é a melhor solução para desfazer os tabus, construir confiança e um ambiente confortável. “Começa pela boca. É o sexo oral da conversa. Comunique o que você gosta, o que você quer, o que está sentindo naquele momento”, ensina.
Ela pontua que pessoas que melhor se expressam, têm mais satisfação sexual e chegam ao orgasmo. “Quando uma mulher se conhece, sabe o que quer, e comunica isso, ela naturalmente tem mais prazer”.
Não é não
Vale reforçar, que independente da conversa e de insinuações sobre rolar sexo, se na hora “H” um dos parceiros não estiver confortável, é preciso parar e não chegar ao limite. “Temos que lembrar que não é não. É fundamental respeitar como a pessoa está se sentindo na hora e o sexo pode e deve parar a qualquer momento”, finaliza.