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Sexo é vida, mas é tudo? Não se culpe por nem sempre dar prioridade a ele

Terapeuta sexual fala sobre momentos em que o sexo fica em segundo plano e sobre como equilibrá-los para que não tragam malefícios

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Sexo, mulher frustrada
1 de 1 Sexo, mulher frustrada - Foto: Reprodução/ Getty Images

Não é novidade que “sexo é vida”, e que manter a sexualidade em dia faz bem tanto para a saúde mental quanto física (além de ser muito gostoso). Mas será que é um problema quando, por algum motivo, ele passa a não ser prioridade durante um período?

Nos últimos meses, artistas como Jane Fonda e Rita Lee declararam que já não fazem mais sexo. Também não é difícil encontrar quem confirme uma baixa no tesão mundo afora nos últimos tempos, independente de gênero ou idade, por conta da pandemia.

De acordo com a terapeuta sexual Luísa Miranda, isso acontece mais do que se pode imaginar. “Normalmente a gente pensa no desinteresse sexual por várias questões: disfunções, ansiedades, problemas no relacionamento, etc. Nunca por uma escolha”, explica.

Isso acontece, de acordo com a psicóloga, por conta do pedestal em que o sexo é colocado na sociedade – o que faz com que essa mudança de prioridades venha, quase obrigatoriamente, carregada de culpa.

“Acho importante que o sexo tenha valor na relação a dois e individual, mas é comum em determinados momentos a gente usar essa energia, que é a mesma, para outras coisas. Não é só o sexo que libera hormônios neurotransmissores que nos fazem sentir bem. Podemos usar de hobbies, esportes, amizades, o importante é se conectar”, diz Luísa.

A sexóloga ainda garante que este “deixar de lado” temporário não traz malefícios, desde que não seja feito com rigidez. “O segredo é saber dosar. Se existem outras prioridades mais urgentes, demandas, normal. Mas em um dia a dia saudável e alinhado, deixar que essa sexualidade flua é importante também”, pontua.

Sexualidade ampliada

Mas como saber que este desinteresse pelo sexo é, de fato, opcional ou se é algo relacionado à saúde e que deve ser investigado? Para seus pacientes, Luísa explica que a sexualidade precisa ser vista também em outros pilares da vida, não só os de sexo e relacionamento.

“É muito importante nesse momento avaliar todas as áreas: alimentação, saúde, sono, vícios, hábitos, exercícios, satisfação no trabalho, agressividade, estresse, ansiedade, várias questões que podem atrapalhar o sexo também. A pessoa que toma essa decisão precisa se informar”, garante.

A importância, explica a terapeuta, se dá porque o sexo tem grande vínculo com o contato humano. “É o se sentir conectado, desejado. Tem gente que, por não querer sexo, abre mão de comportamentos iniciais que levam a ele e deixam de abraçar, dar um beijo mais gostoso, das carícias do dia a dia”, diz

Isso se torna ainda mais complicado para pessoas que vivem relacionamentos. Segundo Luísa, ter responsabilidade afetiva é importante neste momento. “Em uma relação a dois, se eu abro mão do sexo, meu parceiro também vai ter que abrir. Pelo menos do sexo comigo. Como vai ser? Vai abrir a relação? É polêmico”, explica.

Como se livrar da culpa?

O primeiro passo para se livrar da culpa e da pressão de ser “transão” em todos os momentos da vida, segundo a especialista, é tirar o sexo do pedestal de expectativas e trazê-lo para o dia a dia.

“As pessoas têm muitas expectativas do que elas deveriam sentir – explosão, orgasmo intenso, performance, gozo. O sexo tem muito protocolo, e não tem que ser assim, tem que ser fluido”, explica.

No caso de pessoas em relacionamentos, Luísa garante que existem formas de abrir mão do sexo sem deixar de demonstrar afeto e parceria ao(à) parceiro(a). “Assim fica claro que o problema não é o outro, e sim individual. Se você simplesmente tira do outro esse sexo, isso vai gerar muitas questões de expectativa, solidão, baixa libido, inseguranças”, finaliza.

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