Saiba como a pressão estética pode impactar a sua vida sexual
Pesquisas indicam que problemas com imagem corporal e autoestima faz com que muitas pessoas deixem de ter uma vida sexual ativa
atualizado
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Vendas, chantilly e vibradores — na maioria das vezes, dicas para ter um “sexo alucinante” giram em torno da introdução de novidades. Mas e se a maior barreira para ter uma ótima transa não for uma questão de brinquedos, técnicas inovadoras ou posições alucinantes, e sim o próprio corpo?
É fato que a imagem corporal pode influenciar significativamente o prazer. “Ela está bastante atrelada com à autoestima e muitas pessoas ainda têm a sensação de que só estarão bem consigo mesmas quando estiverem de ‘tal forma’”, afirma a psicóloga e terapeuta sexual Gabriela Marinho. “Dependendo de qual ciclo social a pessoa estiver inserida, esse processo é ainda mais intenso, por conta da construção social de entender o que é um corpo desejável”, pondera.
“De repente, a ‘moda’ de um corpo muito magro volta e tem o potencial de despertar uma questão de ansiedade, principalmente das mulheres, que começam — novamente — a buscar métodos mirabolantes, medicações que não foram prescritas, alta comparação e a sensação de não pertencimento”, emenda a psicóloga.
A conexão entre confiança corporal e satisfação sexual também é confirmada em várias pesquisas, como a realizada pela revista Cosmopolitan UK. A publicação descobriu que a maneira como nos sentimos em relação aos nossos corpos pode estar desempenhando um papel significativo na vida sexual.
Os pesquisadores perguntaram o que melhoraria a vida sexual dos leitores; 44% disseram que “sentir-se mais confiante em si mesmo e em seu corpo” os fariam transar mais.
Uma pesquisa recente do instituto Superdrug descobriu que 18% das pessoas no Reino Unido citam problemas com imagem corporal e autoestima como estando entre as maiores barreiras para elas aproveitarem as experiências sexuais.
Outro estudo, desta vez realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique, usando 12 anos de dados sobre a autoestima e as experiências sexuais das pessoas, mostrou que “pessoas com maior autoestima tendem não apenas a ser sexualmente ativas com mais frequência, mas também a ficar mais satisfeitas com suas experiências sexuais.”
Idade e gênero também importam aqui: o estudo sugere que pessoas mais velhas e mulheres tendem a mostrar uma conexão mais forte entre autoestima e bem-estar sexual do que pessoas mais jovens e homens.
Jogo aberto sobre as inseguranças com a parceria
A falta de autoconfiança e conforto com a imagem corporal pode impactar as relações sexuais e o desejo, que vão além de como a pessoa se sente sozinha, mas sobre a comunicação com a parceria. O diálogo aberto é essencial tanto para a pessoa que está passando por uma fase de baixa autoestima como quando a parceria está lidando com essa situação.
Para que uma pessoa consiga criar autoconfiança, a primeira medida sempre passa pelo autoconhecimento. “É importante entender quem sou eu, como é o meu corpo, porque eu estou desconfortável… A partir daí, vamos começar uma desconstrução desses pensamentos que, às vezes, não condizem com a realidade”, defende finaliza.