Revelar intimidades do parceiro, como Deborah Secco, piora a relação?
Após separação de Deborah Secco e Hugo Moura, psicóloga explica se é prejudicial à relação expor detalhes íntimos do parceiro
atualizado
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Na última quinta-feira (4/4), Deborah Secco e Hugo Moura anunciaram a separação após oito anos de casados. Apesar de não revelarem o motivo do término, a internet passou a especular os possíveis porquês do fim do agora ex-casal.
Entre eles, estava o hábito de Deborah Secco contar detalhes (muito) íntimos da vida sexual dos dois em entrevistas. A ocasião mais lembrada pelos internautas foi a vez em que a atriz descreveu o pênis do marido como “grande, grosso e duro que nem madeira”, afirmando que não chegava nem a ter aderência para praticar garganta profunda.
Apesar da informação ser recebida com risadas e Deborah não se importar em falar abertamente sobre sexo, há quem afirme que Hugo era mais reservado e ficou sem graça com a exposição “desnecessária”.
Assim, fica a dúvida: entregar detalhes íntimos do parceiro é algo necessariamente positivo ou negativo?
De acordo com a psicóloga e terapeuta sexual Alessandra Araújo, é importante ressaltar que as preferências individuais variam muito e o que é apropriado para uma pessoa pode não ser para outra.
“No entanto, existem algumas diretrizes gerais que podem ajudar as pessoas a decidirem o que compartilhar sobre sua vida sexual. É sempre importante ter em mente o consentimento da outra pessoa sobre esse compartilhamento, o contexto em que ele acontece, o propósito e o respeito na forma de comunicar para não gerar desconforto em outras pessoas”, explica.
Ainda que não existam regras específicas para a situação, Deborah sempre foi fortemente criticada por falar tão abertamente sobre sexo. Historicamente, a compreensão de que detalhes da vida íntima de um casal não devem ser compartilhados passa pela influência de normas sociais conservadoras.
“No passado, as mulheres eram frequentemente desencorajadas a discutir abertamente sua sexualidade e experiências sexuais, enquanto os homens, muitas vezes, tinham mais liberdade para fazê-lo.
Essas normas sociais foram em grande parte moldadas por valores patriarcais e sexistas que enfatizavam a modéstia feminina e a preservação da reputação e da honra da família. As mulheres que as desafiavam podiam ser rotuladas como promíscuas ou desrespeitosas”, pontua Alessandra.
Consentimento
Não se sabe se no caso de Deborah e Hugo algum limite era ultrapassado em relação aos detalhes expostos; contudo, de uma forma geral, a psicóloga salienta que a liberdade feminina de poder falar de sexo não passa por cima do direito do outro de, de repente, não querer que certos detalhes se tornem públicos.
“Mesmo que uma pessoa se sinta mais confortável com a exposição e abertura sobre sua própria sexualidade, é importante reconhecer que a privacidade e os limites pessoais de cada parceiro devem ser respeitados. Violando a privacidade ou compartilhando detalhes íntimos sem permissão pode minar a confiança e prejudicar o relacionamento”, alerta.
Alessandra complementa que ultrapassar os limites da parceria pode gerar desconforto, conflitos e, em casos extremos, até mesmo levar ao término do relacionamento.
Logo, é crucial para a saúde e a longevidade de um relacionamento que haja uma comunicação aberta e respeitosa sobre questões de privacidade e intimidade.
“Sentir-se violado ou traído pela divulgação de informações íntimas pode causar mágoa, ressentimento e quebra de confiança. Esses sentimentos podem se acumular ao longo do tempo e afetar a qualidade do relacionamento, levando a conflitos interpessoais e emocionais. Além disso, se uma pessoa se sente constantemente desrespeitada ou não ouvida em relação aos seus limites pessoais, isso pode minar a autoestima e o bem-estar emocional”, finaliza.