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Público fiel é responsável pelo crescimento das sex shops evangélicas

Lojas de bem-estar sexual conquistam o público evangélico e abocanham uma generosa fatia do mercado erótico

atualizado

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Andrea dos Anjos
1 de 1 Andrea dos Anjos - Foto: Arquivo Pessoal

Foi-se o tempo em que a busca pelo prazer parava nas barreiras religiosas. Apesar de um início tímido, as sex shops ganham espaço, também, entre o público evangélico. Esse boom teve um aumento expressivo após o período de quarentena, quando a atenção ao próprio prazer e bem-estar sexual ganhou novos patamares, e os sex toys ganharam cada vez mais espaço nos armários das brasileiras.

Com produtos diferenciados, as lojas voltadas para os casais do meio gospel funcionam, ainda, com um aconselhamento matrimonial. Apesar disso, o caminho não é fácil para quem decidiu empreender nessa área. A Pouca Vergonha conferiu a história de duas empresárias do ramo. São elas quem contam as delícias e os desafios de gerir uma love store com essa finalidade. 

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O propósito é aproximar os pombinhos
O sexo também deve ser visto como prazeroso, defendem empresárias que atuam no ramo
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Memórias da Clô vende produtos voltados para o bem-estar sexual do casal

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O propósito é aproximar os pombinhos

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O sexo também deve ser visto como prazeroso, defendem empresárias que atuam no ramo

Consultoria afetiva 

Andrea dos Anjos tem 43 anos e é o nome por trás da loja Memórias da Clô, que foi inaugurada em 2019, no Rio de Janeiro. Além da venda de produtos, a empresária é procurada pela clientela para consultoria. “Eu analiso a situação que é exposta e traço, junto ao casal ou a mulher, as estratégias que podem ser usadas nesse relacionamento para sair da rotina”, conta.

Segundo ela, os itens mais procurados são os géis beijáveis, os óleos de massagem e lubrificantes. Os excitantes femininos e masculinos e pomadas que retardam a ejaculação também entram na lista. 

Público fiel

Andrea conta que grande parte do público é formada por mulheres. “São elas que tomam a iniciativa de procurar a loja”, explica. Para manter a discrição, a embalagem não denuncia o conteúdo. As vendas são feitas via Instagram e WhatsApp. A empresária também atende grupo de amigas, casais e organiza até chá de lingerie.

Engana-se quem pensa que o maior desafio é o preconceito. Para ela, o difícil é quebrar alguns tabus impostos pelo que se acredita ser certo ou errado. “As mulheres veem o sexo como algo ruim e doloroso, e é preciso trazer esse assunto de forma clara e objetiva. Minha meta é fazer minha loja mundialmente conhecida e falar que sexo deve ser prazeroso”, finaliza.

Conceito cristão de sex shop

Também no Rio de Janeiro, a empresária Carolina Marques, de 26 anos, prefere usar o termo love store para se referir à loja on-line que comanda, batizada de ConSensual. “Eu não trabalho com produtos de sex shop. Uso uma linguagem e identidade visual diferentes das lojas eróticas”, explica.

Por lá, não há próteses ou vibradores que simulem sexo com uma terceira pessoa. “A ideia é promover o bem-estar entre o casal e, como o nome da loja sugere, que seja consensual, da vontade dos dois”, enfatiza.

Sexo com propósito

A loja começou com um propósito claro: reaproximar os casais. “No relacionamento cristão, o sexo não acontece apenas entre quatro paredes. Ele começa bem antes, no carinho entre o casal, no cuidado e na atenção que um dedica ao outro”, esclarece Carol. Assim como Andrea, ela presta consultoria, se preciso for. Quando alguém a procura pelo e-commerce, a jovem faz questão de enviar o catálogo e explicar cada um dos produtos.

Os géis beijáveis, mais uma vez, são os queridinhos do público evangélico — além dos lubrificantes e gel para massagem corporal.

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