Psicóloga avalia caso de irmãos que anunciaram relacionamento amoroso
Especialista explica quais fatores podem estar relacionados ao surgimento de desejo sexual entre parentes em casos de incesto
atualizado
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Na última semana, um casal de irmãos “quebrou a internet” ao anunciar, no Twitter, que estava em um relacionamento amoroso. Em meio a críticas, memes e alguns poucos comentários de incentivo, os familiares afirmaram estar felizes, e chegaram a declarar que o fato de crescerem juntos foi o que os aproximou ainda mais.
Em uma sociedade na qual relações incestuosas são repreendidas, fica o questionamento: o que poderia explicar irmãos biológicos sentirem desejo sexual um pelo outro? De acordo com a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo, esse comportamento pode estar associado a vários fatores externos e de necessidades internas de afeto.
“Uma família que tem como estrutura a liberdade do toque, do beijo e do corpo nu dentro de casa faz com que esses membros vejam naturalidade numa relação afetiva corporal”, exemplifica.
Para a especialista, outro ponto que também pode ser destacado é a carência afetiva, que conduz o sujeito a depender emocionalmente do outro. “Estamos falando de relações que já tem vínculos afetivos, e extrapolar o limiar dessa linha tão tênue é questão de um piscar de olhos”, explica.
Fetichismo
Para além de questões psicológicas mais profundas, por trás do incesto existe também algo mais “simples”: a permissividade individual dentro dos desejos sexuais de cada um, o que faz elas entrarem nessas relações como realização de fetiches.
Apesar de ser condenado dentro do contexto sociocultural da atualidade, o incesto é, sim, um fetiche muito consumido. Em plataformas gigantes do pornô é possível encontrar milhares de vídeos bastante acessados que contêm conteúdo pornográfico envolvendo irmãos, filhos com mães, filhas com pais, entre outras variações incestuosas.
Ou seja, vários fatores que podem explicar a atração sexual por parentes consanguíneos. Vale lembrar que, apesar de muita gente achar o contrário, viver relações de incesto não é crime no Brasil. A aversão à ideia é de ordem moral.