Por que é importante ter mais mulheres na direção de filmes pornôs?
Diretora-geral do grupo Playboy do Brasil, Cinthia Fajardo falou sobre o tema no podcast de sexo do Metrópoles, o Prazer sem Tabus
atualizado
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Ainda que o mercado pornográfico seja, muitas vezes, relacionado aos homens, esse cenário tem mudado. Pesquisas indicam que as mulheres têm consumido cada vez mais conteúdos pornôs e, além disso, ocupando espaços de liderança nesse mercado.
Para Cinthia Fajardo a ocupação das mulheres nesse mercado têm mudado os ramos da indústria e, consequentemente, produzindo conteúdos cada vez mais voltados para elas. “Vemos mais conteúdos direcionados para a mulher ou até mesmo atentos ao prazer feminino e a trazer a mulher como protagonista daquele filme”, explica.
Diretora-geral do grupo Playboy do Brasil — responsável pelos canais Sexy Hot, Playboy Tv, Venus, Sextreme e Forman —, Fajardo já atua há 10 anos na indústria pornográfica e elenca a necessidade de que elas ocupem cada vez mais espaços nesse mercado, com o intuito de desmistificar a ultrapassada (e até misógina) cultura pornô.
“Mais mulheres trabalhando por trás das câmeras facilita a gente ter esse olhar mais atento e cuidadoso; há, ainda, uma diversidade de corpos para fugir dos clichês dos filmes”, ressalta.
Orgasmo feminino
Por muitos anos, a indústria pornográfica foi feita por homens e para homens, mas Fajardo ressalta que a participação feminina nesse grande mercado também volta os olhos para as necessidades e prazer da mulher.
“O que acontecia, na maior parte dos filmes, principalmente os mais antigos, era que o filme encerrava com o homem ejaculando e mostrando a ejaculação masculina […] a maior parte do filme, tinha esse enfoque no prazer masculino, no que o homem gosta. Mas e o prazer da mulher, do que a mulher gosta?”, questiona a especialista.
Sexo real
As performances foram, por muito tempo, o diferencial dos filmes adultos. Situação que, na maioria dos casos, foge da realidade. “O que a gente começa a ver [com as mulheres ativas nessa indústria] são filmes com histórias mais críveis, mais reais e atuais”, elenca Fajardo ao falar das mudanças nos filmes com mulheres trabalhando nas produções.
“Além disso, nós vemos cenas de sexo menos performáticas e mais reais. Mais parecidas com as situações que a gente vivencia no nosso dia a dia”, ressalta.
“Outro aspecto é a nossa identificação com corpos mais reais, plurais e diversos, como são os nossos. A gente tem buscado cada vez mais trazer essa diversidade e pluralidade para os nosso conteúdos”, ressalta.
Para entender mais sobre essas diferenças, ouça a entrevista completa da Cinthia Fajardo no 10º episódio do podcast Prazer Sem Tabus: novos rumos do pornô com uma mulher na direção.