Política x relacionamento: nesse caso, os opostos se atraem?
Quando se trata de amor, você vai atrás de quem pensa igual ou está aberta(o) a novas ideias? Especialista avalia
atualizado
Compartilhar notícia
Daqui a pouco mais de um mês, milhares de brasileiros voltam às urnas para decidir seus representantes políticos em vários estados. Todo ano eleitoral, com o uso das redes sociais, ficou mais difícil expor opiniões a respeito, o que acaba criando inimizades e grandes debates. Mas você já se perguntou se é possível namorar ou até flertar com pessoas de opiniões políticas opostas?
Não é novidade que existe uma predisposição a se apaixonar por “semelhantes”, afinal, é mais confortável conviver com o que é conhecido do que com o desconhecido. De acordo com a psicóloga cognitivo-comportamental Aline Shmathz, estamos cada vez mais divididos em aspectos culturais, sociais e políticos, e com muitas exigências dentro desse contexto, trazendo mais dificuldade em lidar com essas diferenças de valores e ideais.
Isso não significa, porém, que é impossível que um relacionamento entre pessoas de diferentes espectros políticos dê certo. “Só entende-se que talvez existam algumas dificuldades maiores em alinhar ideias, metas e objetivos, o que exigirá muito mais desse casal no que tange a cumplicidade, a empatia, o companheirismo e paciência para que possam tentar buscar equilibrar essas questões”, defende.
Os opostos se atraem?
Quem nunca ouviu o bordão “os opostos se atraem” que atire a primeira pedra. A questão é: de fato, vários casais diferentes funcionam. No entanto, será que todo mundo consegue passar por disso no quesito político?
Petista e bolsonaristas, eleitores do Boulos ou do Pablo Marçal e assim por diante passam eventualmente por algumas dificuldades quando vão se relacionar. “É um desafio que pode trazer muito atrito ao relacionamento, pois sabemos que, para muitos, o posicionamento político é associado a caráter. Devido ao fato de as ideologias serem muito diferentes, isso pode levar a um afastamento”, destaca a psicóloga.
Se esse é seu caso, nem tudo está perdido. Aline acrescenta que dá para fazer funcionar se ambos forem capazes de enxergar as qualidades e atitudes que vão além desse aspecto. “Envolve muito conhecimento um do outro, autoconhecimento, respeito, flexibilidade, e compressão sobre os momentos para esse tipo de conversa.”
Infidelidade
Uma pesquisa do Ashley Madison apontou que a maioria das pessoas mantém a infidelidade apenas entre quatro paredes. Entre os homens, por exemplo, 87% preferem trair a parceira do que os ideais políticos.
O levantamento feito com os usuários da plataforma de encontros extraconjugais se baseou em uma lista com mais de 20 categorias, e questionou se os entrevistados eram mais propensos a trair a parceria ou partido. No caso da política, a porcentagem geral foi de 80%, sendo 87% dos homens e 86% das mulheres que preferem trair o(a) amado ao partido político.
Eleições presidenciais nos Estados Unidos
De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, 6 em cada 10 americanos estão dispostos a continuar a atividade sexual apesar das mudanças nas opiniões políticas de seus parceiros. Logo, apenas 7% dos americanos acreditam que é fundamental conciliar visões políticas com parceiros sexuais, independentemente da ideologia.
A pesquisa também apontou que as atitudes em relação ao compromisso com um parceiro com diferentes visões políticas variam significativamente entre os estados. Na Califórnia, 68% dos moradores se consideram de mente aberta, e 75% estão abertos a relacionamentos com diferentes perspectivas políticas. Já em estados mais conservadores, como Kentucky, apenas 18% dos entrevistados estão dispostos a se envolver em relacionamentos com diferenças políticas.