Podólatra, não peça “pack do pezinho”. Ato pode te levar para prisão
Psicóloga explica por que pedir o famoso “pack do pezinho” é um ato invasivo e pode até ser enquadrado como crime de importunação sexual
atualizado
Compartilhar notícia
Que atire a primeira pedra quem nunca recebeu uma proposta invasiva após postar uma foto inocente dos pés. Os pedidos incessantes de “packs do pezinho” lotam as caixas de mensagem de pessoas que, na maioria das vezes, não estão abertas a esse tipo de proposta e se perguntam: por que estou me sentindo tão invadida com o pedido de uma foto do pé?
Acontece que, na perspectiva do podólatra – pessoa que tem desejo sexual por pés –, essa parte do corpo não é “apenas um pé”, e sim um símbolo libidinoso que traz excitação e o ajuda a chegar ao orgasmo. A grosso modo, a solicitação de um “pack do pezinho” por alguém com fetiche em pés é equivalente ao pedido de um nude por uma pessoa com intenções sexuais.
De acordo com a psicóloga Alessandra Araújo, o fato das pessoas se exporem em suas redes sociais acaba levando ao entendimento errado do fetichista de que ele não precisa de uma permissão ou mesmo conhecer alguém para fazer esse tipo de pedido, que muitas vezes se enquadra em importunação sexual, crime com reclusão de um a cinco anos.
“Eu posso, sim, me sentir invadida e abusada quando alguém com claras intenções sexuais me pede uma foto do pé, apesar dessa parte do corpo ser exposta dentro de uma normalidade”, explica.
Preconceito
Sabe-se que tudo que foge o mínimo que seja do que é normativo na sociedade atual é considerado “esquisito”, e não é diferente com os fetichistas. Uma vez que todo fetiche é válido e saudável, desde que consensual entre todos os envolvidos e que não leve sofrimento a ninguém, cabe também ao fetichista entender certos limites. Afinal, não é porque seu objeto de prazer é saudável que está tudo bem expô-lo a outras pessoas sem o devido consentimento.
“Hoje, felizmente, as pessoas estão se permitindo mais, conversando mais e tendo mais autonomia para falar sobre sexo. Mas muita gente confunde essa maior liberdade com um sinal verde para fazer o que bem quiser com o objetivo de suprir suas necessidades”, elucida a especialista.
Logo, fica o alerta: podólatras, está tudo bem ter tesão por pés, mas não está tudo bem invadir o espaço de pessoas que você não conhece, ou mesmo conhece e não te deram tal liberdade. Afinal, o que mais existem hoje são comunidades, aplicativos e sites que reúnem fetichistas, entusiastas e curiosos. Fica a dica!