Pesquisa revela como a rotina sexual impacta diretamente na autoestima
Uma pesquisa mostrou que pessoas com autoestima elevada tendem a apresentar uma rotina sexual mais “agitada” — e vice-versa
atualizado
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Experiências sexuais podem aumentar a autoestima, ou se sentir bem consigo mesma faz com que o sexo seja mais prazeroso? A resposta é sim para os dois casos. Uma pesquisa apontou que a autoestima e a satisfação sexual não apenas são aliadas, como reforçam uma à outra ao longo do tempo.
As descobertas foram publicadas no período científico Personality and Social Psychology Bulletin. Os pesquisadores notaram que pessoas com maior autoestima costumam desfrutar de relacionamentos sociais e íntimos mais gratificantes. Da mesma forma, experiências sexuais satisfatórias têm sido associadas à maior felicidade e intimidade em relacionamentos.
O estudo foi feito com base em dados de 11 mil participantes durante 12 anos. Eles tinham idades entre 15 e 38 anos no início do estudo, e forneceram informações sobre autoestima, frequência sexual, satisfação sexual e detalhes de seus relacionamentos.
A autoestima foi avaliada usando a Escala de Autoestima de Rosenberg — avaliação que o indivíduo faz sobre si mesmo. Já a satisfação sexual foi medida com uma única pergunta, pedindo aos participantes que classificassem sua satisfação geral com suas vidas sexuais, enquanto a frequência sexual foi avaliada com base nos autorrelatos dos participantes sobre a frequência.
As descobertas revelaram uma associação forte e estável entre autoestima e satisfação sexual. Indivíduos com maior autoestima relataram consistentemente maior satisfação sexual ao longo do período de estudo.
De acordo com a sexóloga Cátia Damasceno, falar e fazer sexo de qualidade de fato melhora a qualidade de vida e, consequentemente, a autoestima.
E como chegar lá?
Para chegar lá, é preciso, acima de tudo, saber se comunicar com a parceria. “Ter a consciência de dizer e saber se gosta de um jeito, se quer de tal jeito, se não quer que faça de outro jeito e assim por diante”, aponta Cátia, em entrevista ao Metrópoles.
A máxima é ainda mais válida no caso do sexo feminino, no qual as inseguranças na cama podem ser impactadas por fatores sociais, psicológicos e até econômicos. “Quando a mulher consegue fazer isso na cama, ela leva isso para a vida pessoal, por isso, a descoberta da sexualidade é tão importante para sua autonomia e autoestima.”
Entenda mais sobre a pesquisa
Os pesquisadores observaram uma relação recíproca entre autoestima e satisfação sexual. Quando um participante experimentou um aumento na autoestima, ele era mais propenso a relatar satisfação sexual melhorada na próxima avaliação.
Ao mesmo tempo, mudanças na autoestima não previam mudanças na frequência sexual, nem flutuações na frequência sexual influenciaram a autoestima. Isso sugere que, embora a frequência sexual reflita diferenças individuais estáveis, ela é menos afetada por mudanças de curto prazo na autopercepção ou autoestima.