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Parceiro(a) dormiu no sexo? Isso só tem a dizer sobre o outro e não você

Especialista explica a raiz do sentimento de frustração e da crença sobre ser “ruim de cama” quando casos como esses acontecem

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Dormir no sexo
1 de 1 Dormir no sexo - Foto: Foto: PeopleImages/Getty Images

Já imaginou estar em meio a uma transa e, de repente, o(a) parceiro(a) dormir? Ainda que pareça incomum e inusitado, acontece mais do que se possa imaginar.

A situação já foi retratada, inclusive, na série Sex and the City, quando a personagem Charlotte, interpretada por Kristin Davis, se relaciona com um médico que, após um cansativo plantão, acaba dormindo durante o sexo.

A reação da personagem foi o que costuma ser a reação da maioria das pessoas que passam por essa situação: frustração e a certeza iminente de que a culpa é dela. Na série, a teoria é reforçada pela personagem Samantha, interpretada por Kim Cattrall, que afirma que, se o parceiro dormiu, provavelmente a amiga seja “ruim de cama”.

De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, essa reação é reflexo da socialização do sexo e da ideia de que, na cama, as pessoas são responsáveis pelo prazer do outro. “O pensamento que fica é “Se eu sou responsável por dar prazer e essa pessoa dorme, é porque meu sexo é muito ruim””, explica.

Porém o especialista aponta diversos outros motivos pelos quais alguém pode cair no sono durante uma transa: medicamentos, dias estressantes, cansaço extremo, entre outros. “Mas graças a essa crença, a última coisa que vai se passar pela cabeça da pessoa é que a parceria está cansada”, diz.

Além da responsabilização pelo prazer do outro, André ressalta outra crença sobre o sexo que reforça a frustração em casos como esse, que é a expectativa superestimada de como deveria ser todo e qualquer ato sexual.

“A idealização a respeito do sexo é sempre aquela coisa animal, alucinante, com muitos prazeres e orgasmos, e que as pessoas só vão ficar cansadas depois do sexo. Mas a realidade não é bem assim. É preciso compreender que o sexo e feito por seres humanos, e não por máquinas. Pessoas têm ciclos, dinâmicas diferentes e são passíveis de não estarem, naquele momento, totalmente dispostas ao prazer”, afirma.

Para evitar sentimentos como esse, o terapeuta indica entender sempre até onde vai a responsabilidade de cada um durante o sexo. “Não é um indivíduo que vai entregar todo o prazer e o outro ser passivo. A pessoa pode estar em um momento difícil, e isso não é responsabilidade sua”, finaliza.

Observação: é importante reforçar que, independente do grau de intimidade do casal e do motivo pelo qual o(a) parceiro(a) dormir, a partir do momento que o outro está inconsciente o sexo deixa de ser consensual. Logo, é necessário parar a relação. Fazer sexo com alguém desacordado é crime.

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