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O que aprendi depois de fazer uma dezena de ménages à trois

Leitor relata em detalhes suas transas a três. “O prazer vai muito além do toque”, diz

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Vale tudo no sexo? Sim, desde que os dois (ou três, ou quatro) estejam a fim. A transa em grupo — que parece até nome de modalidade olímpica — está entre as fantasias mais secretas de 10 a cada 10 pessoas.

Convidamos um casal adepto do swing para dividir com a gente essa experiência excitante. Eles experimentaram o ménage com a melhor amiga dele, em casas de swing e com ajuda de aplicativos de encontros. Hoje os dois têm parceiras fixas para as aventuras.

Carlos, autor do depoimento, tem 30 e poucos anos, mora em Brasília, e pediu para não ter a identidade revelada. Ele manda um recado aos preconceituosos:

“Moralistas de plantão classificam nossa relação como promíscua e desrespeitosa, eu e Bruna (nome fictício) temos convicção que libertar desejos na cama é uma ferramenta poderosa na consolidação do amor entre duas pessoas.”

Leia depoimento completo:

Nunca apostei em viver grandes emoções quando conheci Bruna (nome fictício), uma morena muito bonita e oito anos mais nova do que eu. Para um cara de trinta e poucos anos e recém-separado, seria somente mais um passageiro caso com aquele roteiro clássico: beijinho na balada, amassos na porta do carro, convite para uma cerveja alguns dias depois e, finalmente, sexo. Seguia a cartilha à risca, até que o último item do meu script começou a apresentar contornos que eu não esperava.

Não pela nossa primeira transa ter ocorrido à noite no meio do estacionamento de um famoso shopping da cidade, mas pela entrega com que me doei para aquela magrela de 50 quilos. Como foi realmente diferente, decidi apostar. Descobri com ela que a tal da química que eu tanto esnobava — e achava uma mera frescura — existia. E como existe, amigos.

E essa química nos levou a trepar na rua, em porta de igreja, em banheiro de balada, em trilha de cachoeira e tantos outros lugares pouco convencionais. À medida que a intimidade aumentava, passamos a investir em artigos eróticos: algemas, coleiras, anel peniano vibratório, gel, fantasias e outros tantos penduricalhos que sempre davam um tchan no nosso sexo.

Rafaela Felicciano/MetrópolesAquela magrela já tinha me conquistado com sua autoconfiança na cama, incomum para uma jovem de 22 anos — pelo menos para mim.

Meses depois, Bruna surpreendeu-me mais uma vez ao revelar o desejo de convidar outra mulher para ir para a cama com a gente. A ideia me agradou, claro, mas confesso que algumas dúvidas me deixaram com o pé atrás: ela queria apenas me agradar? Só iria descobrir na hora H.

Tentamos encontrar a terceira pessoa em festas alternativas, mas a inabilidade de ambos para esse tipo de flerte – e até a timidez em fazer tal proposta – não nos permitia sair do zero a zero.

Mamãe sempre repetia, como mantra, que “as coisas acontecem quando menos se espera”. E minha velha sempre esteve certa. Numa festa bastante popular da cidade, encontrei minha melhor amiga.

Eu já havia comentado com ela do meu desejo e de Bruna. De madrugada, após uma bebedeira desenfreada, Bruna tomou coragem e, sem perguntar nada, beijou minha amiga no meio da pista de dança — que até então nunca havia ficado com meninas.

Na hora eu só conseguia rir, mas a maior surpresa foi a reação da minha amiga, que me puxou pelo braço e sugeriu irmos imediatamente ao motel. No caminho, Bruna pulou para o banco de trás e literalmente atacou minha amiga. No motel, os tantos anos de amizade pesaram e nosso primeiro ménage não foi exatamente como esperávamos.

Em busca do sexo à três perfeito, partimos a frequentar casas de swing. Na Zeus, mostrada pelo Metrópoles no ano passado, conhecemos Valéria (nome fictício), alguns anos mais velha que eu. Após umas trocas de olhares, ela se aproximou da gente, se apresentou e, depois de uma breve conversa trivial, nos beijou. Bruna demonstrava mais segurança do que eu e convidou Valéria para um dos quartos da casa. O nosso segundo ménage aconteceu sob olhares de vários casais voyeurs e alimentou ainda mais nossa vontade de ir além.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Das outras três vezes que frequentamos a casa, não encontramos mulheres solteiras dispostas. Muitos casais nos abordavam insinuando troca, ideia que me agrada, mas não empolga Bruna. Ela acha pesado demais ir para a cama com dois homens. Como respeito é a base de tudo num relacionamento como o nosso, encerramos o assunto.

Empolgados e dessa vez mais que certos do que realmente queríamos aquilo para a nossa relação, criamos uma conta em um desses aplicativos de encontros. Daí a coisa desandou (ou, melhor, andou) de vez. O modelo de sedução sugerido por Bruna quase sempre funcionava. Marcávamos em algum bar, conversávamos sobre os mais variados assuntos e, depois, seguíamos para a minha casa ou para o motel.

Durante nossas brincadeiras a três, descobrimos nossa vocação para o voyeurismo. Certo dia, em casa com uma das nossas amigas, Bruna, sem dizer nada, se ausentou do quarto e, segundos depois, voltou com um banco onde sentou-se e ficou apenas me observando com a garota. Em outra ocasião, foi minha vez de ficar apenas de espectador, o que me levou à constatação mais genuína de que prazer no sexo vai muito além do toque.

Depois de mais de uma dezena de ménages, atualmente saímos com certa frequência com três mulheres com as quais nutrimos mais afinidades na cama e fora dela também. Vamos a festas, a bares, transamos e dormimos juntos. Moralistas de plantão classificam nossa relação de promíscua e desrespeitosa, eu e Bruna temos convicção que libertar seus desejos na cama é uma ferramenta poderosa na consolidação do amor entre duas pessoas.”

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