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O eterno “e se”: por que terminar com ficante dói tanto?

Quem já passou por um término com ficante sabe que a situação pode ser tão frustrante quanto uma relação “convencional”

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foto colorida de uma mulher trsiet pleo ficante
1 de 1 foto colorida de uma mulher trsiet pleo ficante - Foto: Getty Images

Diferentemente de namoro ou casamento, relacionamentos não “oficiais” frequentemente viram tópico nas redes sociais. Muitas pessoas se perguntam: quais são os limites para o termo “ficante”? Por que, quando esse tipo de relação acaba, as pessoas sofrem tanto?

Seguindo a lógica dos vários memes do X (antigo Twitter), quando você termina com um ficante, você sai de solteira para solteira. Brincadeiras à parte, a sensação de “e se” faz que esses términos doam até mais que os de relacionamentos concretos.

Para a psicóloga Eulânia Medeiro, mesmo sem o título oficial, um “ficante sério” envolve vínculos emocionais.

Imagem colorida de rapaz com parceira nas costas, sorrindo
“Ficantes sérios” frequentemente estão na zona de incerteza

“Considero que o apego vai além da frequência dos encontros ou rótulos, e as expectativas em relação ao futuro podem ser tão intensas quanto em um ‘relacionamento sério’. Quando isso termina, há a sensação de perda não só da pessoa, mas também das expectativas e esperanças depositadas nessa conexão”, salienta.

Além disso, “ficantes sérios” frequentemente estão na zona de incerteza, espaço que pode potencializar a sensação de rejeição e fracasso, pois o futuro parecia indefinido, mas cheio de possibilidades.

E se?

Apesar de poucas coisas da vida serem uma certeza, quando se está ficando com alguém, a sensação de possibilidade é ainda maior. Há quem se pergunte: “E se a gente tivesse começado a namorar?”, “e se a gente desse muito certo?”, “e se eu tivesse apresentado meu amigos?” ou “e se eu não tivesse feito ou falado aquilo?”.

Todas as possibilidades de quem estava vivendo a relação tornam o momento do término ainda mais frustrante — e todos esses “e se” podem ser uma armadilha da mente, que se prende a possibilidades que nunca se concretizaram.

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Eulânia acrescenta que isso acontece porque a mente gosta de buscar controle e respostas, e o “e se” mantém a ideia de que algo poderia ter sido diferente.

“A melhor maneira de lidar com isso é focar na realidade, no que realmente aconteceu, e entender que a situação chegou ao fim por razões concretas. Aceitar o presente, olhar para o que se aprendeu e valorizar o que está por vir são passos importantes para abandonar essa linha de pensamento.”

Como superar?

Deixar de sofrer ou sentir falta do parceiro ou parceira depois do fim de uma relação não tem receita ou tempo definido. Superar envolve um processo de luto emocional. Assim como em qualquer término, é importante dar tempo para processar a dor.

“Cuidar de si e passar por esse momento com autocompaixão é fundamental. Uma estratégia prática é redirecionar o foco para o autocuidado e para as próprias necessidades. Ao investir em si mesma, desenvolvendo autoestima e autoconfiança, você começa a fortalecer internamente a ideia de que a felicidade não deveria depender de outra pessoa”, recomenda a psicóloga.

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