O crescimento das sex shop na visão de três mulheres empreendedoras
Liderado pelo público feminino, o mercado erótico não para de crescer no Brasil
atualizado
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Nunca se falou tanto em sex toys. Formatos, tamanhos, diferentes masturbadores e novidades no mundo dos lubrificantes movimenta debates sobre a conquista do prazer feminino e liberdade sexual. Sex shop virtuais, presenciais e ainda na função delivery. As opções são muitas e só no ano passado houve alta de 12% nas vendas de produtos do mercado erótico, e o faturamento chegou a R$2 bilhões no país. Os dados da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME) apontam ainda que o mercado de sex toys deve faturar R$ 108 bilhões no mundo até o ano de 2027.
Mas não foi sempre assim. Entrar em uma loja e comprar acessórios para o próprio prazer não era a realidade de muitas mulheres. E ainda não é. Chris Marcello, educadora sexual e criadora da marca Sophie Sensual Feelings conta que os sex shops cresceram após uma grande movimentação para acolher mais as interessadas. Antes, o mercado era voltado apenas para o prazer do homem:
“É novo isso do mercado erótico ser voltado para o prazer da mulher. Antes você comprava fantasias sensuais para atender aos fetiches masculinos”, explica.
A Pouca Vergonha ouviu três empresárias, líderes femininas no ramo que não para de crescer. Confira.
Crescimento dos sex shops
Chris Marcello, ressalta que a maioria das pessoas tem dificuldades de falar sobre sex shop e é esse o principal desafio, já que ainda existem tabus sobre o tema. Ela reforça que o movimento de bem-estar sexual vem ganhando forças para ajudar as mulheres na conexão com o próprio prazer: “A Sophie Sensual foi pioneira no sexual wellness, contribuindo para a busca de produtos nos sex shop serem sobre autocuidado, bem-estar e autoconhecimento”.
Olhar feminino no universo erótico
Chris explica que nos últimos anos, esse universo, que era voltado aos desejos masculinos, foi ganhando mais espaço para ser explorado e acolhido do ponto de vista feminino.
Clarisse Och, gerente de vendas da marca de vibradores Fun Factory, conta que durante o lockdown viu crescer a busca pelo prazer: “Tanto em casa, com casais querendo explorar novas possibilidades, como no prazer solo feminino, que foi repensado”, aponta.
Campeão das vendas
Camila Gentile, sócia proprietária da Exclusiva Sex, conta sobre o crescimento no número de lojas on-line e das lojas físicas no setor. Além disso, a busca por produtos diversos também vem crescendo: “Entre os produtos mais vendidos, nesse crescimento e renovação das lojas de produtos eróticos, destacam-se a vela de massagem para casal, anel peniano e colar de pérolas”.
Ela ainda aponta qual o principal público das lojas: “O primeiro público é a mulher sozinha, o segundo é o casal, e em terceiro aparecem os homens solteiros. Vale ressaltar que tem crescido a procura de sex toys por parte dos homens”.
Delivery
E para o público que ainda resiste em ir pessoalmente ao sex shop, além do aumento das lojas e-commerce, Camila também viu crescer a opção de delivery. “Oferecemos uma entrega similar a dos aplicativos de comida, só que de produtos eróticos que chegam com discrição e agilidade”, informa.
No ponto de vista da empresária, as pessoas estão mais abertas a conhecer os produtos eróticos, principalmente para melhorar o autoconhecimento e ampliar sensorial de prazer.
Opção para quem quer empreender
De acordo com Chris, o setor é uma opção para quem quer empreender. “O nicho ainda é jovem no Brasil, tem muito o que explorar com o olhar amplificado da sexualidade”, esclarece.
Futuro do mercado erótico
Para Clarisse Och, o crescimento desse setor no mundo no período de pandemia mostra que as pessoas estão mais abertas e falando com mais naturalidade sobre o assunto. Ela ressalta que essa abertura possibilitou que os brinquedos sexuais também possam ser encontrados fora de sex toys, como lojas e-commerce voltadas para o bem-estar, não necessariamente sexual. “Será tecnologia servindo ao prazer, satisfação e bem estar”, finaliza Chris.