Novo normal: saiba por quais mudanças a indústria do pornô deve passar
Mais cuidados com higiene, implementação de lives, roteiros temáticos de pandemia e testes de COVID-19 são algumas das perspectivas
atualizado
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Ainda que o segmento sexual tenha sido mais consumido desde o início da pandemia, com sex toys batendo recordes de vendas e assinaturas em plataformas de conteúdo pornô aumentando, a realidade não foi a mesma para as produtoras da indústria.
Por conta da grande quantidade de contato físico (e troca de gotículas, digamos assim) durante a gravação de um pornô, as empresas tiveram que fazer uma pausa. Fato que mudou os planos também das plataformas que exibem os filmes.
Foi o caso do Sexy Hot, um dos canais adultos mais conhecidos do país. Ainda que não produza os filmes, a empresa possui o selo próprio de conteúdos que são comprados de produtoras para serem exibidos exclusivamente nas plataformas Sexy Hot.
Antes da pandemia, 24 títulos com selo Sexy Hot seriam lançados. Contudo, com a necessidade da quarentena, apenas seis foram gravados. De acordo com a diretora-geral do Grupo Playboy do Brasil, Cinthia Fajardo, não há previsão de quando as gravações irão voltar, ou de como elas irão acontecer.
“Já começou a ser conversado, mas não tem nada fechado. Uma coisa é certa: com certeza teremos que ter mais rigor, mais cuidado nas gravações do que a gente tem. Podemos incluir até mesmo o teste de COVID-19”, explica.
Mesmo sem previsão, Cinthia acredita que outros títulos dos que estavam previstos sejam gravados e lançados, mas afirma que não será possível fazer os 24. “Não tem tempo hábil, já estamos em junho”, justifica.
Contos da quarentena
Já é sabido que a pandemia adaptou os fetiches mundo afora – atores e atrizes com máscaras, luvas e usando álcool em gel puderam ser vistos no período de quarentena. Fajardo conta que ainda não recebeu nenhum roteiro neste sentido, mas que estão abertos. “Se recebermos algo assim, vamos avaliar. Tendo um roteiro bacana e uma história legal, pode ser que a gente faça sim”, garante.
Contudo, os assinantes Sexy Hot vão poder conferir os Contos da Quarentena. Em parceria com a produtora Fever Films – comandada pela atriz Dread Hot -, foram produzidos dois filmes com a temática do isolamento social.
Um deles conta a história de um casal que, após muito se desentender, é obrigado a conviver 24 horas por dia por conta da quarentena. Com isso, procuram uma solução para a interação.
Já o outro explora a questão do sexo virtual, que virou queridinhos de muitos neste período. “Após muito tempo sozinha e com a libido em alta, uma mulher procura uma pessoa com que ela já estava saindo antes e propõe sexo virtual pela webcam”, conta a diretora.
Lives pornô
Para dar mais uma opção de entretenimento aos assinantes, em maio a Sexy Hot lançou em seu site uma nova funcionalidade de lives. Durante as apresentações ao vivo, atores e atrizes interagem com o público e fazem o que eles pedem.
Aos que ficariam órfãos das lives pornô depois da quarentena, uma boa notícia: elas vão continuar. “O retorno foi muito positivo e pretendemos continuar sim. É uma nova forma de entretenimento, complementa o site”, entrega Cinthia.
Novo normal do pornô
Uma coisa é certa: após uma pandemia destas proporções, nada volta ao que era antes. Com a indústria pornográfica, Cinthia prevê, não será diferente. Cuidados que tiveram que ser tomados durante a quarentena provavelmente devem virar hábito.
“Higienização mais intensa do ambiente, se envolve uma cama, um sofá, uma poltrona; das mãos com mais frequência, dos alimentos que chegam por delivery para a equipe em um dia inteiro de gravação. São coisas boas de se manter, até para evitar outras doenças”, diz.