Nem demais nem de menos: é possível equilibrar a libido?
É natural que o desejo na fase adulta seja diferente de outras fases e está tudo bem
atualizado
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Perder o tesão ao longo dos anos é normal? Aquela vontade doida de fazer sexo em qualquer lugar, pode não estar mais presente no dia a dia em todas as fases da vida. Será que é possível manter uma libido equilibrada com o passar dos anos?
Para saber se é possível manter acesa a chama, mesmo com o passar dos anos e sem precisar recorrer a produtos “milagrosos”, a Pouca Vergonha ouviu especialistas que abordam o tema e falam sobre os perigos de abusar de hormônios.
Libido a vida toda?
A terapeuta sexual, Tâmara Dias, esclarece que a sexualidade pode ser vivenciada de formas diferentes e fluidas durante a vida: “A sexualidade não está ligada somente ao desejo de ter relação sexual. É natural que o desejo na fase adulta seja diferente de outras fases e está tudo bem”, afirma.
Ela também ressalta que biologicamente existe um parâmetro de referência do ideal de hormônio ao longo do desenvolvimento: “É importante que todos se atentem a essa questão para estar em dia com a testosterona, estrogênio e progesterona (no caso das mulheres) que também irão interferir no libido e desejo sexual”, explica.
Algumas pessoas, acabam recorrendo ao uso indiscriminado de hormônios para tentar esse balanço. Mas atenção. Para o endocrinologista Luis Bianchi, usar hormônios para aumentar a libido pode custar muito caro, por causa de efeitos colaterais: “É importante destruir o mito da libido dos 20 anos de idade tendo 40 anos, que é uma época em que as mazelas da vida adulta moderna se acumulam. É normal a libido variar mais ou menos durante a vida e cada pessoa é de um jeito, e isso tem que ser respeitado”, alerta.
Perigos do excesso de hormônio
O abuso no consumo desses hormônios masculinos, como a testosterona, pode acarretar sérios problemas na saúde das pessoas: “Para os homens pode levar a atrofia dos testículos e gerar impotência, infertilidade e dependência crônica da reposição desses hormônios para tratar depois a deficiência que resultou”, alerta o endocrinologista.
E em relação às mulheres a questão é ainda mais grave: “Ela pode se tornar uma pessoa mais agressiva, fora outros efeitos colaterais como aumento de pelos, mudança da forma do rosto e aumento do clitóris. Além do comportamento sexual inadequado e até bizarro”, sinaliza. A sexóloga lembra que o comportamento de compulsão sexual pode levar a prejuízos à integridade física, aos relacionamentos e profissional, ou seja, a todas as áreas da vida.
Recuperando a libido
Por fim, vale lembrar que a libido é um comportamento humano complexo e que depende de muitos fatores: “O principal fator de manutenção da libido sadia é o psicológico. Ele envolve desde a cultura de cada um até a relação com o parceiro, a autoestima, a aceitação da própria imagem corporal, o autoconhecimento e a relação de conforto e relaxamento envolvidos com o sexo”, elucida Luis.
A dica da sexóloga para manter a libido é realizar exames periódicos para acompanhar as taxas hormonais e quando necessário a reposição, além de alimentação e atividade física equilibrada. Além da vivência saudável da sexualidade, e o autoconhecimento.
Para Luis, cuidar da saúde mental é o primeiro passo: “É preciso exercitar o autoconhecimento, buscar a felicidade cada um a seu jeito, resolver os problemas de autoestima e com a autoimagem, saber o que o sexo representa para si e como vivenciá-lo plenamente. A maior parte da libido não está ligada a uma forma de beleza física específica, mas, sim a uma interação entre pessoas com corpos imperfeitos”, finaliza.