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Naturalização e empoderamento: mulheres são futuro do mercado erótico

Marcas trazem produtos e embalagens com conceitos naturais e eco-friendly, que andam de mãos dadas com a feminilização do segmento

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Foto: Divulgação/Feel Lube
Feel Lube Divulgação
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Nos últimos anos, tem havido dois movimentos perceptíveis, que interferem diretamente em diversas áreas: o de empoderamento feminino e o de naturalização de produtos. Eles podem ser percebidos nos segmentos de cosméticos, alimentação, vestuário e, claro, no erótico.

A naturalização no mercado erótico anda de mãos dadas com a exaltação das necessidades femininas no que diz respeito ao sexo. Ao mesmo tempo em que os serviços e produtos buscam ser mais naturais no que diz respeito a insumos e ingredientes cada vez menos sintéticos, têm o objetivo também de trazer uma identidade visual mais clean, que traga a sexualidade de forma leve.

De acordo com Julianna Santos, especialista em educação sexual e gestora de conteúdo do MercadoErotico.org, o conceito é uma tendência concreta para 2021. Ele vem como uma extensão da feminilização de mercado erótico iniciada na virada do milênio.

“É um caminho inspirado na indústria da beleza, que segue o empoderamento feminino, a sustentabilidade e o eco-friendly”, explica. Ainda segundo Julianna, além das empresas que já apareceram, os consumidores podem esperar ainda mais representantes desse movimento neste ano – tanto marcas novas quanto novos produtos e linhas de marcas já posicionadas no mercado.

Um exemplo de empresa nova que traz o conceito de naturalização da sexualidade é a Feel Lube. Liderada pela CEO Marina Ratton, a Feel traz produtos com ingredientes naturais e voltados para o bem-estar íntimo feminino. Além disso, as embalagens minimalistas os deixariam bem em qualquer produção de Pinterest.

Feel Lube
Gel Lube e Blend multifuncional da Feel Lube

Segundo Marina, a ideia da marca veio após um período fora do Brasil participando de discussões sobre femtechs e sextechs – empresas lideradas por mulheres que desenvolvem produtos específicos para esse público com base tecnológica.

“Nós mulheres somos metade da população, ou seja, um mercado enorme. E a outra metade, a masculina, nasceu da nossa intimidade. Me pareceu fazer muito sentido olhar para necessidades não atendidas da sexualidade feminina”, conta a fundadora.

Partindo do princípio de que uma vida sexual plena e saudável é fonte de mais confiança, autoestima e liberdade, a empresária afirma que, na medida em que se avança em áreas como lideranças, mercado profissional e produção acadêmica, é necessário trazer também a perspectiva da sexualidade feminina para garantir autonomia às mulheres.

“Estamos falando de consentimento, menstruação, maternidade, puerpério, menopausa… questões que impactam diretamente a vida pessoal de uma mulher e de uma comunidade. Falta de prazer e orgasmos são o pico do Iceberg. Na base, essa repressão se caracteriza por abusos, discriminação, feminicídio. Não é justo este tabu, ele só reprime e atrapalha”, diz.

Além disso, o movimento também contribui para o sex-positive, fazendo com que as pessoas lidem com sexualidade e produtos eróticos de forma aberta e natural, sem constrangimentos. “ É o fim da era do sex shop de gueto, de prazer pervertido, e começo de uma nova era em que todo mundo merece ser feliz e se realizar em sua intimidade”, completa Julianna.

Novo público

Com um novo segmento dentro do mercado, surge também um novo público para os produtos eróticos. De acordo com Julianna, os últimos 20 anos foram de ampliação de consumidores. Com o reposicionamento cada vez maior de produtos e embalagens, pessoas que não se identificavam com o mercado erótico passam a consumir.

“Todo esse cuidado e toda essa mudança ajudou o produto erótico alcançar um patamar mais amigável com as mulheres e com o casal, visto que há maior identificação, confiabilidade e a percepção de que ele é um grande aliado para o bem-estar sexual”, afirma.

O feedback, como conta Marina, tem sido positivo. No lançamento, a Feel Lube vendeu em duas semanas o que estava previsto para dois meses. Além disso, a empresa tem como principal objetivo o “construir junto”, baseado em melhorias constantes que atendem às demandas das consumidoras. Para isso, as redes sociais da marca são um ponto forte – enquetes, caixas de perguntas, mensagens inspiradoras e um manifesto empoderador compõem o perfil da Feel no Instagram.

 

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Nos planos para 2021, a CEO confirma mais um lançamento para o segundo semestre. Mas o maior desejo de Marina para este ano é que este movimento cresça cada vez mais, fazendo surgir ainda muitos representantes do conceito de naturalização.

“O segmento tem que crescer. O mercado é gigante, arrisco dizer que não estamos tateando nem 40% ainda. Quanto mais marcas nascem, mais reforçamos o conceito e todos ganham. O futuro é longo para quem vai junto!”, garante.

Fica o alerta

Por último, mas não menos importante, Julianna lembra para os cuidados ao querer naturalizar os produtos íntimos. De acordo com a gestora, o conceito de naturalidade não pode ser confundido com produção artesanal ou de fundo de quintal. Atentas!

“Cosméticos, vestuário e sex toys só oferecem segurança quando feitos em larga escala por uma fábrica legalizada. Os cosméticos são normatizados pela ANVISA no país e seguem normas rigorosas de qualidade e segurança. O indicado é obter produtos de empresas conceituadas no mercado e que tragam suas informações nas embalagens (SAC, CNPJ e outros registros)”, diz.

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