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Não-monogamia cresce em apps de paquera. Entenda a relação aberta

Entenda como funciona a não-monogamia, termo que tem crescido nos apps de paquera e na dinâmica relacional das pessoas

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Foto colorida de cima de um casal com um homem e uma mulher deitados em uma cama de lençol rosa, sorrindo olhando um para o outro, abraçados - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de cima de um casal com um homem e uma mulher deitados em uma cama de lençol rosa, sorrindo olhando um para o outro, abraçados - Metrópoles - Foto: Westend61/Getty Images

A não-monogamia e a relação aberta são, sem dúvidas, temas crescentes na sociedade. Seja como objeto de estudo e discussão, seja um objetivo para ser colocado em prática, a estrutura relacional é uma tendência. Indicador disso é que o termo “não-mono” tem crescido nas biografias de aplicativos de relacionamento.

De acordo com um levantamento do app Happn para o UOL, apenas em 2023 o número de pessoas que utilizou “não-monogamia” em suas bios cresceu impressionantes 114% em relação ao ano anterior.

Sabe-se que, apesar do holofote sob o assunto, existem crenças erradas sobre a dinâmica, e uma delas é que se trataria de um relacionamento “bagunçado”.

De acordo com Mayumi Sato, diretora do Sexlog e especialista em relacionamentos monogâmicos, ao contrário da monogamia, em que há regras e é tudo estático, o relacionamento não-monogâmico é discutível e não há “regras escritas em pedra”. Adepta ao relacionamento não mono, ela recebe várias perguntas sobre o tema diariamente em seu Instagram.

Segundo Sato, a maior confusão das pessoas é acreditar que a relação “não-mono” se assemelha a estar solteiro: “É completamente diferente. Na relação não monogâmica você tem uma pessoa que você se dedica, conversa, estabelece limites juntos. Não é comparado a estar solteiro, onde você não tem um par”, elucidou.

Para além disso, a sexóloga – e também adepta do amor livre – Lua Menezes, elucida que em uma visão mais ampla e profunda, a não-monogamia é mais do que poder transar com outras pessoas.

De forma prática, é sobre deixar o outro livre para desejar e, caso aconteça, amar outras pessoas, sabendo que isso não vai interferir em nada no desejo e amor que a parceria sente por você. Viver a não monogamia desta forma é o que Lua chama de amor livre “raiz”.

“A não monogamia, além de uma escolha afetiva e sexual, é uma escolha política. Diz respeito a valores muito maiores, quebrar a ideia de posse e entender que não somos donos dos desejos e da individualidade do parceiro e nem de ninguém. Sou uma idealista, acredito que o amor mais pleno deixa livre, quer o outro feliz, não quer o outro limitado”, defende.

Foto em close de várias pernas e braços juntas em ujm fundo preto - Metrópoles
A não-monogamia é uma tendência de relacionamento cada vez maior

Para quem tem curiosidade e vontade de viver o amor de forma livre e sem posse, Lua afirma que não acha que exista um momento certo para tentar. O que deve guiar o processo é a vontade legítima e segura de tentar a não monogamia. E, além disso, muito estudo, informação e outras referências sobre o tema.

Sobre levar a proposta à parceria, a dica de ouro é: comunicação clara e não violenta. Mas é importante entender que o(a) companheiro(a) pode não querer experimentar a dinâmica, e está tudo bem. Contudo, fique atento(a): não querer viver um amor livre não é justificativa para te julgar por ter proposto.

“Não é legal fazer com que você sinta vergonha, se sinta culpada ou errada por externar sua vontade. Assim como a pessoa tem o direito de não querer, você tem todo o direito de propor”, finaliza.

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