“Não há patologia”, diz psicóloga sobre relação de Urach com filho
Psicóloga explica que, baseando-se no que há de real e não especulativo, não há relação incestuosa ou abusiva entre Andressa Urach e o filho
atualizado
Compartilhar notícia
Desde que Andressa Urach abandonou a igreja e começou a produzir conteúdos adultos na internet, um assunto específico tem chamado a atenção e gerado muita polêmica entre o público: o envolvimento do filho mais velho de Andressa, Arthur Urach, de 18 anos, na parte de produção, direção e filmagem dos conteúdos.
Apesar de Arthur ser maior de idade e já ter deixado claro que não se excita ao ver e filmar o trabalho da mãe, muitas pessoas consideram tamanha liberdade “bizarra” e, até mesmo, incestuosa.
Segundo a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo, a análise precisa ser feita diante do que é concreto, ou seja, nas informações que são dadas e mostradas ao público. Tudo além disso é especulação. Dito isso, nos moldes em que se apresenta, a relação entre Urach não chega a ser, do ponto de vista psicológico, uma relação “adoecida”.
“O que a sociedade tem como modelo e quase uma regra é: não é permitido falar sobre sexo ou sexualidade com os filhos para não gerar permissividade. Toda essa estranheza da parte do público vem disso, desse tabu em torno da liberdade sobre tratar o sexo como algo natural e banal, que é o que percebemos na relação entre os dois”, explica.
Também há que se ressaltar o tabu em torno do sexo como um trabalho, no caso dos criadores de contéudo. Arthur, por exemplo, afirma que vê o trabalho da mãe como qualquer outro.
“É a mesma coisa que um atendente de loja, que uma pessoa que está vendendo hambúrguer (…) Não acontece [dele se excitar ao filmar a mãe] porque vejo tudo como um trabalho nessa situação. Só consigo pensar numa posição que fique melhor para vender mais”, explicou o primogênito de Urach aos seguidores.
Incesto e abuso?
Em meio à polêmica, boa parte do público encara a interação de Andressa e Arthur como algo incestuoso. Contudo, nunca foi dito ou exposto que mãe e filho se relacionam ou já se relacionaram alguma vez – Arthur apenas presencia e faz as imagens das cenas.
Alessandra lembra que, mesmo ao falar de incesto (que não se mostrou ser o caso da influencer), é preciso lembrar que a resistência sobre relações entre parentes também é cultural. Historicamente, civilizações e impérios não viam a questão como algo problemático, e inclusive a incentivaram para conservar famílias e reinos “puros”, perpetuando o mesmo sangue. De forma prática, o único problema seria a interação biológica.
Cavando ainda mais fundo, há quem considere que relações com esse tipo de liberdade só surgem mediante situações de abusos anteriores, que deturpam a ideia do que é certo ou errado para as pessoas envolvidas. Contudo, a psicóloga explica que não se pode julgar uma situação tendo como embasamento a mera ideia de um abuso.
“Afirmar que eles podem estar inseridos em um contexto de abuso, além de especulação, é invasão de uma intimidade que não foi exposta ao público. Analisando os fatos, só o que é mostrado, não há nada de patológico. A patologia começa quando você obriga alguém a fazer algo que não quer ou não se sente confortável”, elucida.