Na dúvida sobre como explicar o que gosta na cama? Saiba a melhor forma
A coluna bateu um papo com uma especialista sobre a importância da comunicação no sexo e colheu depoimentos de como seria a abordagem ideal
atualizado
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A icônica frase “quem não se comunica se trumbica”, de Chacrinha, serve para todas as áreas da vida – inclusive o sexo. É inegável a importância da comunicação nos relacionamentos, sejam eles de longa data ou algo mais casual.
Segundo a terapeuta sexual Tâmara Dias, é por meio do diálogo com a parceria que é possível expressar todas as questões que envolvem o prazer. “Por isso, quanto mais assertiva, sincera e respeitosa for a comunicação, mais prazer você é capaz de sentir e proporcionar”, explica.
E para que a interação aconteça de forma satisfatória, a psicóloga enfatiza que o autoconhecimento prévio é essencial, já que o outro é apenas um complemento do prazer próprio.
“A responsabilidade do nosso prazer é nossa. Parte de nós dizer como gostamos de ser tocados, qual o tipo de beijo, a pressão do toque etc., sua parceria não é obrigada a descobrir sozinha”, diz.
Como falar?
Ainda que “falar o que gosta e o que não gosta” pareça ser uma missão simples, não é. Muitas pessoas têm dúvidas e receios sobre como levantar o assunto ou mesmo pedir algo ao(à) companheiro(a).
Para Tâmara, a maior dica é se colocar no lugar do outro e imaginar de que forma você gostaria que abordassem o assunto com você na situação contrária. Além disso, criar um ambiente agradável e intimista é sempre bem-vindo.
Sobre o tom da conversa, a especialista garante que sinceridade e segurança são indispensáveis. “Lembrando que não só as palavras que você escolheu comunicam, mas também o tom da voz, a expressão do corpo, os olhos, tudo isso também estará transmitindo algo”, afirma.
Para casais com menos intimidade que estejam em meio a algo mais casual, também é possível alinhar gostos e preferências. “Nesse caso, não tenha receio de ser direto(a) e dizer exatamente o que quer e como prefere. Pergunte o que a pessoa quer também para que seja bom para os dois”, indica.
Fetiches
Se as preferências de um dos dois envolverem algum fetiche mais kinky ou inusitado, pode haver receio de como a outra pessoa vai receber a proposta. Nesses casos, a sexóloga indica uma abordagem mais descontraída e indireta.
“Em uma conversa descontraída, aborde o assunto e escute o que a pessoa pensa sobre o tema. Caso se sentir confortável, abra que esse é um fetiche seu e pergunte se ele gostaria de curtir essa experiência com você”, diz.
Outra dica antes de partir para o fetiche é que o casal se aprofunde mais no assunto. “Estudar um pouco ou assistir um filme adulto com o tema para decidirem se vai ser realmente prazeroso para os dois”, explica.
E para você?
Como opinião é que nem nariz (cada um tem o seu), a Pouca Vergonha perguntou para algumas pessoas qual seria, na opinião delas, a abordagem ideal para dizer o que gosta na cama. Confira:
Vitória Meira, empresária e sócia do sex shop Na Hora H: “Na minha opinião, a melhor forma de introduzir o assunto é ‘Já se imaginou fazendo isso ou aquilo?!’. É uma forma sútil de entrar no assunto e “sentir o terreno”. Percebo muitas vezes que a “pré-definição” do que o outro vai achar é mais cômoda do que tentar. Atendo diariamente mulheres que desejam muito experimentar vibradores, por exemplo, mas já presumem que o seu parceiro não irá aceitar, sem ao menos tocar no assunto”.
Lorenzo*, estudante: “Pra mim não tem segredo. É simplesmente uma conversa sobre sexo que a pessoa pode puxar quando ela bem entender. Minha opinião é que quando a pessoa pede algo durante o sexo, dá um tesão a mais em fazer. Eu entendo que se a pessoa está se relacionando com outra, ela está aberta para esse tipo de conversa sem pudor”.
Maria Antônia*, jornalista: “Se você tem algum gatilho ou algo que realmente não gosta, por exemplo pegar no pescoço ou algo do tipo, acho que é uma coisa que tem que ser falada antes, porque pode acontecer por acidente. Mas se é algo de preferência, eu acho que tem que ser dito ou na hora ou depois da primeira vez, porque eu sinto que quebra um pouco o clima. Acho que sexo é um momento de não pensar, não falar, só deixar as coisas rolarem de um jeito mais primitivo”.
Mariano*, consultor comercial: “Eu gosto de abordar antes para dar satisfação na hora H. Normalmente eu falo em tom de brincadeira, mas depende com quem, né. Sou sempre direto, tenho preguiça de quem fica fazendo volta para perguntar”.
Luma*, jornalista: “Quando os parceiros namoram e têm intimidade, conversar sobre a cama fora da cama é maneiro e faz parte das conversas de casal mesmo! Até porque podem ter ideias para colocarem em prática juntos. Não é um compromisso no calendário ‘quinta, 10h, reunião com meu namorado sobre sexo’, mas acho que é um assunto que sempre surge naturalmente e em qualquer lugar”.
Thayane Holanda, estudante: “Para mim, o diálogo com o parceiro é primordial na hora da relação. É importante que saibamos nossas preferências e, ao meu ver, a melhor forma de expor meus gostos e saber o do parceiro é sempre perguntando de forma clara e objetiva. A comunicação na hora H deixa tudo mais satisfatório para ambos os lados. Não tenho medo de dizer o que eu gosto, o que não gosto e sugerir alternativas para nós dois na hora do sexo”.