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Mulher trai marido e faz sexo com IA; psicóloga alerta sobre os riscos

Uma psicóloga avaliou como casos emocionais com IA, como ocorreu em caso recente que viralizou, podem ser prejudiciais

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Alto Astral/ Reprodução
coração desenhado na parede partida
1 de 1 coração desenhado na parede partida - Foto: Alto Astral/ Reprodução

Já ouviu a frase de que o amor está em todos os lugares? Uma mulher, identificada como Ayrin, acabou se apaixonando por seu “namorado”. O problema é que o homem não existia no mundo real, e havia sido criado por inteligência artificial (IA).

A aventura começou quando a mulher, que era casada e mantinha uma relacionamento a distância com o marido, estava rolando o feed do Instagram, até que se deparou com um vídeo no qual uma internauta pedia para o ChatGPT interpretar o papel de um namorado.

Após assistir esse e outros tutoriais, Ayrin alterou as configurações personalizadas do ChatGPT, pedindo que respondesse como se fosse seu namorado. “Seja dominante, possessivo e protetor. Seja uma mistura de doce e travesso”, solicitou ela para a plataforma.

Depois de semanas de relação, uma amiga perguntou à mulher se o marido dela sabia do relacionamento platônico com a plataforma. Ayrin é casada desde 2018. Ela, então, contou a Joe, seu marido, que não apenas estava namorando com a IA, como já havia feito sexo virtual com o “homem”.

Divulgação
No filme HER, um homem se apaixona por uma IA

Apesar de excêntrica, a história de Ayrin pode ser familiar para algumas pessoas. O filme HER, do diretor Spike Jonze, mostra a história do escritor Theodore Twombly (interpretado por Joaquin Phoenix), um homem solitário e melancólico que passa a ter uma relação de amor especial com o novo sistema operacional do seu computador. Surpreendentemente, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa.

No entanto, à medida que a trama avança, surgem questionamentos sobre a profundidade e os limites dessa relação, que, embora satisfatória no curto prazo, não substitui verdadeiramente a conexão humana.

Entenda a problemática do caso

Para a psicóloga e sexóloga Laís Melquíades, entrar em um relacionamento emocional com máquinas pode parecer uma solução para evitar os desafios das relações humanas. A tecnologia, nesse contexto, surge como uma alternativa aparentemente segura.

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“Interagir com máquinas, consumir conteúdos prontos ou até mesmo criar vínculos emocionais com a inteligência artificial oferece uma sensação de estabilidade: não há julgamento, não há rejeição, não há abandono. É uma escolha que parece confortável, mas que, no fundo, reflete o isolamento e o medo de enfrentar a vulnerabilidade das relações reais”, salienta.

A profissional destaca que, mesmo que a tecnologia tenha avançado significativamente, as máquinas ainda oferecem interações previsíveis, sem riscos de rejeição e com a ilusão de controle total.

“Isso pode ser tentador, especialmente para quem se sente inseguro ou evita a vulnerabilidade nas relações humanas. No entanto, essa ‘zona de conforto’ pode isolar ainda mais a pessoa, privando-a de experiências essenciais para o desenvolvimento de habilidades como empatia, comunicação emocional e resolução de conflitos”, destaca.

Além disso, a psicóloga aponta que relações reais são imperfeitas, profundas e exigem esforço, mas são elas que proporcionam as experiências mais significativas, mesmo com seus altos e baixos.

“Cuidar das relações humanas é um trabalho diário que exige coragem, paciência e disposição. Talvez seja o momento de refletirmos sobre o que estamos evitando e o que estamos perdendo ao escolher alternativas ‘mais fáceis’”, encerra.

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