Letras do LGBTQIAPN+ são importantes para educar sobre diversidade
Sexólogo defende papel do surgimento de cada vez mais letras na sigla para ajudar na psicoeducação sobre diversidade
atualizado
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Com as notícias de que o ator Sérgio Marone se considera ecossexual, surgiram muitas discussões na internet, não só sobre o que seria a orientação, mas também sobre uma possível “banalização” da pauta de orientações sexuais com o surgimento de tantas letras novas e cada vez mais específicas no LGBTQIAPN+.
Para o terapeuta sexual André Almeida, é importante entender que, por natureza – uma vez que fomos selecionados evolutivamente para a ativação e excitação –, a sexualidade tem uma diversidade muito grande, com infinitas formas de expressão.
“É proporcional à diversidade de pessoas no mundo. Até mesmo os indivíduos que se identificam dentro de uma orientação específica vão ter milhares de formas de expressá-las e vivenciá-las, cada um à sua maneira”, explica.
Dito isso, o psicólogo ressalta a importância de todas as “letrinhas” que surgem, pois a sociedade se encontra em um momento inicial de psicoeducação de toda essa diversidade. Logo, não há que se pensar em “banalização”, quando a tendência é surgirem cada vez mais letras e especificidades que exprimem o quão fluida e diversa é a sexualidade humana.
“A ideia da banalização vem justamente da compreensão de que existem normas, ‘ou você é isso, ou você é aquilo’. Mas não se trata de um movimento específico, sim da compreensão da diversidade sexual humana e da representatividade dentro dela. Nesse movimento, as pessoas vão criar bilhões de ‘letrinhas’, até entendermos que a diversidade é natural”, elucida.
De acordo com André, o que se espera é que em um futuro no qual esteja erradicado o preconceito, não seja mais necessária a compartimentalização de orientações. Contudo, para isso é necessário que a sociedade não tenha resistência à ideia da diversidade em seu estado mais puro.