Heteroflexível: entenda a diferença entre o termo e o “bi de festinha”
Dentro de toda a complexidade das vivências LGBTQIA+, os termos heteroflexível e “bi” curiosos têm chamado a atenção nas redes sociais
atualizado
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A experiência bissexual é bastante específica e complexa, com particularidades que divergem de pessoa para pessoa. Além de ser uma vivência complexa, o processo de descoberta e autoaceitação também não é simples ou linear. Por isso, vira e mexe surgem termos como “bi” de festinha, “bi” curioso ou “heteroflexível”.
Diferentemente das demais, a heteroflexibilidade se refere a alguém que se identifica principalmente como heterossexual, já que a sexualidade é um espectro que pode mudar muitas vezes na vida de uma pessoa.
De acordo com o site Healthline, o termo originou-se no início dos anos 2000, mas esse estilo de atração sempre existiu. Ela pode ser romântica (ou seja, pelas pessoas com quem se quer namorar) ou sexual (pelas pessoas com quem se quer ter relações sexuais), ou ambas.
A psicóloga Ana Guimarães comenta que a heteroflexibilidade é sinônimo de liberdade e autonomia, no entanto, há uma interrogativa entre sexualidade fluida e homofobia internalizada. “Considera-se heteroflexibilidade pessoas que se identificam como héteros, mas têm curiosidades sexuais em relação a pessoas do mesmo sexo e, mesmo tendo experiências sexuais com elas, não se identificam como bissexuais.”
Seria uma tendência?
Recentemente, nas redes sociais, foi notado um movimento de mais pessoas se assumirem heteroflexíveis.
“Vejo como uma tendência que pode ser migrada para uma identidade sexual, visto que a heteroflexibilidade é mais comum durante estágios da vida, períodos em que uma pessoa busca experimentar a sexualidade, optando ou não por permanecer heteroflexível”, salienta a psicóloga.
Mas por que não se assumir como bi?
Além disso, há debates sobre se o termo heteroflexível contribui para um apagamento da bissexualidade. Alguns levantam a bandeira de que situação pode ser desrespeitosa para pessoas bissexuais porque, em última análise, se você se sente atraído por outro sexo, por que não se chamar de bissexual?
Ana aponta que são situações complexas em apesar da muita liberdade, há quem confunda com desrespeito. “Entendo que as pessoas são livres para fazer suas escolhas, sendo elas de tendências ou identidades sexuais diversas”, encerra.